🔥 PT joga a toalha e vê risco de implosão entre Câmara e STF com caso Ramagem
Petistas admitem nos bastidores que não conseguem mais conter crise entre Legislativo e Supremo; ala bolsonarista ameaça suspender investigações da “tentativa de golpe”

Enquanto a crise entre Câmara dos Deputados e Supremo Tribunal Federal (STF) se intensifica, o PT admite, nos bastidores, que pouco pode fazer para conter a escalada de tensão. A gota d’água, alertam lideranças petistas, pode ser a votação que suspende as ações judiciais contra o deputado bolsonarista Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por supostos crimes cometidos antes de tomar posse.
Segundo parlamentares da sigla, todas as tentativas de negociação feitas até agora apenas incentivaram a Câmara a “dobrar a aposta”. O novo movimento da Casa pode ir além de blindar Ramagem: há ameaças de votar também a suspensão de investigações contra outros réus não-parlamentares, o que abriria caminho para travar o “inquérito do golpe”, que atinge diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ex-auxiliares.
Supremo no centro do impasse
Para interlocutores do PT, apenas o próprio STF pode desarmar a bomba prestes a explodir entre os Poderes. A avaliação é que a Corte precisa encontrar uma saída que alivie a pressão, sem abrir mão da autoridade constitucional.
Uma das saídas cogitadas seria o Supremo rever a decisão da Primeira Turma, que barrou a tentativa da Câmara de arquivar os processos contra Ramagem. A decisão foi provocada por uma ação do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), o que enfureceu o atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Racha político e bronca nos bastidores
Na reunião de líderes da Câmara da última quarta-feira (30/4), Motta repreendeu publicamente o PT por acionar o Supremo, num gesto que foi recebido como “mudança de tom” por bolsonaristas. O clima esquentou e fortaleceu a articulação da base aliada de Bolsonaro, que vê a crise como oportunidade para enfraquecer o STF.
Votação na CCJ pode ser decisiva
A proposta para suspender as ações contra Ramagem está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), votou a favor do arquivamento dos processos e deixou uma brecha para que o “inquérito do golpe” seja travado completamente.
Apesar disso, a Câmara não tem prerrogativa para decidir sobre ações contra cidadãos que não são deputados, o que deve gerar novo conflito institucional. O presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), se esquivou de comentar o mérito do relatório, alegando que a presidência da comissão “não fará qualquer juízo de valor neste momento”.
🔒 Eventos que podem travar o processo do golpe no STF
- Votação na CCJ da Câmara
A Comissão de Constituição e Justiça está analisando um pedido para suspender as ações judiciais contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
🔹 Risco: O parecer do relator abre margem para que toda a investigação do “golpe” seja paralisada, afetando até réus que não são parlamentares. - Possível votação no plenário da Câmara
Após a tramitação na CCJ, a Câmara pode votar para suspender o “inquérito do golpe” no Supremo — um movimento sem base legal, mas de forte impacto político.
🔹 Efeito prático: Ainda que não tenha efeito jurídico imediato, poderia criar uma crise institucional grave e dificultar o andamento das investigações. - Pressão sobre o STF para rever decisão da Primeira Turma
A Primeira Turma do Supremo impediu que a Câmara arquivasse as ações contra Ramagem, o que irritou a cúpula da Casa.
🔹 Possível saída: Alguns petistas avaliam que o STF pode rever essa decisão como forma de “despressurizar” o embate com o Legislativo. - Bronca de Hugo Motta no PT
A atitude do líder petista Lindbergh Farias, que acionou o STF, foi criticada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, que está mais próximo do Centrão e dos bolsonaristas.
🔹 Resultado: A bronca fortaleceu o grupo que quer blindar réus da investigação, como Bolsonaro e aliados. - Ameaça de estender suspensão para outros réus não-deputados
A movimentação inicial focava apenas em Ramagem, mas agora há ameaça concreta de que a suspensão inclua investigações de civis e ex-autoridades, como Bolsonaro.
🔹 Impacto: Isso travaria boa parte do inquérito e criaria um impasse institucional entre STF e Congresso.