Mistério e dor: polícia investiga morte de atriz mirim do SBT após 12 paradas cardíacas
Millena Brandão, de 11 anos, passou por três unidades de saúde em SP; família suspeita de negligência médica

A morte da atriz mirim Millena Brandão, de 11 anos, mobilizou as autoridades de São Paulo. Conhecida por participações em produções do SBT, a menina faleceu na última sexta-feira (2) após sofrer 12 paradas cardíacas. A família registrou um boletim de ocorrência por suspeita de negligência médica, e a Polícia Civil já requisitou exames periciais para apurar as circunstâncias do caso.
Millena começou a sentir-se mal em 23 de abril, sendo inicialmente atendida no Pronto-Socorro Pedreira, na zona sul da capital. Segundo relato da mãe, Thays Brandão, ela foi diagnosticada com dengue e liberada. O histórico foi registrado no 101º Distrito Policial (Jardim Imbuias), que classificou a ocorrência como morte suspeita.
Sem melhora, a menina foi levada nos dias seguintes à UPA Dona Maria Antonieta e, depois, transferida ao Hospital Geral do Grajaú. Durante a internação, exames apontaram uma massa de cerca de 5 centímetros no cérebro da criança — possivelmente um tumor ou cisto, embora a natureza da lesão e sua ligação com a morte ainda não tenham sido confirmadas pelos médicos.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que será aberta uma sindicância para investigar o atendimento prestado na UPA. Segundo nota oficial, um teste de dengue feito em 28 de abril deu resultado negativo. No dia seguinte, às 7h59, foi solicitada a transferência via Siresp (Sistema de Regulação do Estado de SP). A vaga foi liberada às 10h54, e Millena foi transferida ao Grajaú em estado crítico.
A Secretaria Estadual de Saúde confirmou que a paciente chegou à nova unidade com sinais de comprometimento neurológico grave. Embora houvesse previsão de transferência ao Hospital das Clínicas, o transporte foi descartado por representar alto risco diante do quadro instável.
O corpo da atriz foi liberado pelo IML na manhã de ontem (4), mas a causa oficial da morte ainda não foi divulgada. A reportagem entrou em contato com o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) da USP, mas não obteve resposta sobre a realização de autópsia.
Durante o velório, realizado na capela principal do Cemitério Campo Grande, zona sul da cidade, familiares evitaram falar com a imprensa. Amigos e parentes lotaram o local, em clima de forte comoção. A cerimônia foi aberta ao público.
Amigos próximos da família afirmam que os pais só pretendem se manifestar após a análise completa dos prontuários e documentos médicos. A Secretaria de Segurança Pública informou que a investigação está em andamento, com análise dos protocolos hospitalares e prontuários dos atendimentos realizados.