Caso Arthur: ex-tutora é denunciada por homicídio, estupro e tortura contra criança de 2 anos em Tabira
Ministério Público afirma que menino sofreu agressões físicas, abuso sexual e maus-tratos antes de ser morto por asfixia e traumatismo craniano

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou formalmente nesta quinta-feira (8) Giselda da Silva Andrade, ex-tutora do menino Arthur Ramos Nascimento, de apenas 2 anos, pelos crimes de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e tortura. O crime chocou a população de Tabira, no Sertão do Estado, e ocorreu no dia 16 de fevereiro deste ano.
De acordo com a denúncia, baseada no inquérito policial finalizado e entregue à Promotoria da Comarca de Tabira, Giselda é acusada de submeter Arthur a um ciclo contínuo de violência enquanto ele vivia sob sua responsabilidade. O menino morreu por asfixia mecânica e traumatismo craniano, resultado de agressões brutais.
O MPPE descreve que a criança sofreu maus-tratos, privação de cuidados básicos, espancamentos e abuso sexual, em um contexto de violência reiterada e cruel. Testemunhas relataram que Giselda usava sua posição de guardiã de fato para aplicar castigos físicos descritos como “cruéis e injustificáveis”.
Diante da gravidade dos crimes, o MP solicitou o recebimento da denúncia e o início imediato do processo penal, ressaltando a necessidade de responsabilização exemplar.
Relembre o caso
Arthur estava sob os cuidados de Giselda e de seu companheiro, Antônio Lopes Severo, conhecido como “Frajola”, desde dezembro de 2024. A mãe do menino, Giovana Ramos, havia deixado o filho com o casal temporariamente, enquanto buscava emprego em João Pessoa (PB). Nenhum dos dois suspeitos tinha vínculo familiar com a criança.
No dia 16 de fevereiro, Arthur chegou ao hospital de Tabira com múltiplas lesões e sinais de abuso sexual. Não resistiu aos ferimentos. O laudo pericial confirmou os indícios de agressão e violência sexual.
Após a morte do menino, o casal fugiu da cidade, sendo localizado dois dias depois na zona rural de Carnaíba. Durante o trajeto para a delegacia, Antônio Lopes foi linchado por populares que interceptaram o comboio policial. Ele morreu após ser levado ao hospital.
Já Giselda teve a prisão preventiva decretada após audiência de custódia. A unidade prisional onde ela está detida não foi divulgada por motivos de segurança.
Caso Arthur Ramos Nascimento
📅 Dezembro de 2024
- Arthur, de 2 anos, é entregue temporariamente pela mãe, Giovana Ramos, ao casal Giselda da Silva Andrade e Antônio Lopes Severo (“Frajola”).
- A justificativa da mãe é que buscaria emprego em João Pessoa (PB).
- O casal não possuía qualquer vínculo familiar ou legal com a criança.
📅 16 de fevereiro de 2025
- Arthur dá entrada em hospital de Tabira (PE) com múltiplas lesões.
- O menino não resiste e morre.
- Exames indicam sinais de abuso sexual, espancamento e asfixia.
- O crime ocorre na casa de Giselda, onde a criança vivia.
🚨 17 de fevereiro de 2025
- O casal foge após a morte da criança.
- O caso causa comoção e revolta na comunidade.
📅 18 de fevereiro de 2025
- Giselda e Antônio são localizados na zona rural de Carnaíba (PE).
- Durante o transporte à delegacia, populares interceptam o comboio e lincham Antônio, que morre em seguida no hospital.
- Giselda é presa preventivamente.
📄 6 de maio de 2025
- Polícia Civil conclui o inquérito e envia à Promotoria de Tabira.
- Documentos e testemunhos apontam que Arthur foi vítima de violência contínua e abuso sexual enquanto vivia com Giselda.
⚖️ 8 de maio de 2025
- O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) oferece denúncia formal contra Giselda.
- Ela é acusada por homicídio qualificado, estupro de vulnerável e tortura.
- O MP destaca a necessidade de responsabilização exemplar devido à crueldade dos crimes.