🔥 Prefeita de Camutanga abriga 16 parentes de vereadores na prefeitura e vira alvo do MPPE

Ministério Público cobra exoneração por nepotismo cruzado; Justiça já mandou demitir, mas decisão foi revertida

A prefeita de Camutanga, na Mata Norte de Pernambuco, Talita Cardozo Fonseca (MDB), conhecida como Talita de Doda, é alvo de uma ação civil pública do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por empregar ao menos 16 parentes de vereadores em cargos comissionados ou contratações sem concurso público.

O MPPE acusa a prefeita de nepotismo cruzado – prática em que políticos trocam favores ao nomear familiares uns dos outros para cargos públicos. A irregularidade viola a Súmula Vinculante nº 13 do STF, que proíbe esse tipo de manobra.

🧾 Quem são os beneficiados?

O levantamento do MPPE identificou:

  • 4 parentes do vereador Jessé de Pontes (PV)
  • 7 do vereador José Fernando Nascimento (PV)
  • 2 do vereador Antônio da Venda (PV)
  • 1 cunhada do vereador Karlos Marone (PV)
  • 1 filha da vereadora Lúcia Aparecida (PV)
  • 1 sobrinho da secretária municipal de Saúde

Todos os vereadores envolvidos foram reeleitos em 2024.

⚖️ Justiça chegou a mandar exonerar – depois voltou atrás

Em agosto de 2024, o juiz Danilo Felix Azevedo, da 1ª Vara de Timbaúba, concedeu liminar ordenando a exoneração de todos os servidores apontados como beneficiários do esquema. A medida, porém, foi derrubada em março de 2025por decisão da 4ª Câmara de Direito Público do TJPE.

O relator do recurso, desembargador André Oliveira Guimarães, alegou falta de provas de troca de favores diretosentre a prefeita e os vereadores, apesar de reconhecer que o caso merece apuração mais profunda.

🛑 Promotoria critica uso da máquina pública

Para a promotora Crisley Patrick Tostes, a prática fere a moralidade administrativa:

“A influência familiar no ingresso de parentes na administração atenta contra a isonomia e impulsiona a ineficiência do serviço público”, escreveu.

📋 Decisões que seguem valendo:

Apesar da revogação da exoneração, a Justiça manteve exigências como:

  • Declarações formais dos servidores e empresas sobre vínculos de parentesco;
  • Listagem nominal de todos os exonerados por incompatibilidade;
  • Adoção de medidas preventivas contra nepotismo no Executivo municipal.

defesa da prefeita foi procurada, mas não se pronunciou até o fechamento da reportagem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *