💥 PF mira irmão de presidente da Alepe por contratos suspeitos de R$ 880 milhões
DO METRÓPOLES

A Polícia Federal investiga um suposto esquema de fraude em licitações que movimentou mais de R$ 880 milhões em Pernambuco. Um dos principais alvos é o ex-deputado estadual Eduardo Porto, irmão do atual presidente da Assembleia Legislativa do estado, Álvaro Porto (PSDB).
A operação, batizada de Firenze, foi deflagrada na quinta-feira (5/6) e apura irregularidades em contratos administrativos e serviços terceirizados firmados entre 2021 e 2024. Parte dos recursos é de origem federal: segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), ao menos R$ 214 milhões vieram da União.
Investigação
Eduardo Porto é suspeito de comandar, por meio de laranjas, uma rede de empresas que venceu licitações em prefeituras e órgãos estaduais. A principal delas seria a Solserv Serviços, investigada por atuar com outras companhias do mesmo grupo em processos com suposta combinação de propostas.
Entre os contratos sob apuração, está um acordo de R$ 39 milhões com a Prefeitura de Timbaúba, dos quais R$ 10 milhões teriam sido pagos com verba federal. O caso teria sido descoberto após uma denúncia recebida pela CGU, confirmada em diligências com outros órgãos.
Segundo a PF, há indícios de lavagem de dinheiro, uso de testas de ferro no controle das empresas e movimentações financeiras ligadas ao entorno de Porto. Também estão na mira pessoas que foram assessores do ex-deputado.
Mandados e bloqueios
A PF cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em quatro cidades: Jaboatão dos Guararapes, Recife, Timbaúba e São Paulo. Também houve quebra de sigilo bancário e fiscal, além de medidas cautelares que proíbem os investigados de atuar juntos em licitações ou manter contato com testemunhas.
Quem é Eduardo Porto
Porto foi vereador em Jaboatão dos Guararapes e deputado estadual por dois mandatos, entre 2006 e 2014. Em 2020, concorreu à prefeitura da cidade, mas foi derrotado.
O que diz a defesa
A defesa de Eduardo Porto afirma que ele “jamais teve qualquer vínculo, oficial ou oficioso, com as empresas investigadas” e que não recebeu lucros ou dividendos dos contratos.
Segundo os advogados, o material já reunido pela PF “comprova a total desvinculação” de Porto dos fatos apurados, inclusive com relação a ex-assessores mencionados no inquérito.
🔍 Principais acusações da Operação Firenze
- Fraude em licitações
Empresas ligadas ao ex-deputado Eduardo Porto teriam vencido certames de forma fraudulenta, com combinação de propostas para simular concorrência. - Uso de laranjas
A PF e a CGU apuram se Porto era o verdadeiro controlador de empresas registradas em nomes de terceiros (testas de ferro), o que caracteriza ocultação de patrimônio. - Lavagem de dinheiro
Foram identificadas operações financeiras com indícios de lavagem de capitais, movimentadas por pessoas ligadas ao político. - Organização criminosa
A investigação aponta para a existência de uma estrutura organizada entre empresas e agentes públicos para fraudar contratos com prefeituras e órgãos estaduais. - Desvio de recursos públicos
Entre 2021 e 2024, os contratos sob suspeita somam R$ 880 milhões – dos quais mais de R$ 214 milhões vieram da União. Só em Timbaúba (PE), R$ 10 milhões com verba federal teriam sido pagos a empresas do grupo.
🛡️ O que diz a defesa de Eduardo Porto
- Nega vínculo societário
A defesa afirma que Porto “jamais manteve relação societária, oficial ou oficiosa, com quaisquer das empresas citadas”. - Rejeita benefício pessoal
Segundo os advogados, o ex-deputado “não recebeu lucro ou dividendos decorrentes dos contratos investigados”. - Alega ausência de vínculo com investigados
A defesa diz que os autos já demonstram a “total desvinculação” de Porto dos fatos apurados, e que ele “não mantinha relação de proximidade com qualquer dos investigados”, mesmo aqueles que foram seus ex-assessores.