✈️ Caos aéreo em Noronha: Azul desvia voo para Natal após novo impasse no aeroporto da ilha

Infraestrutura precária impede pousos simultâneos. Passageiros enfrentam incertezas, cancelamentos e tensão nos voos.

Um voo da Azul Linhas Aéreas que partiu do Recife com destino a Fernando de Noronha na manhã de domingo (6) precisou ser desviado para Natal, no Rio Grande do Norte. O motivo: a aeronave não recebeu autorização para pousar, já que outro avião, da Gol, permanecia no solo.

Desde sexta-feira (5), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu a permanência simultânea de duas aeronaves no pátio do aeroporto da ilha, após dois episódios de atolamento em menos de uma semana — o mais recente ocorreu no dia 29 de junho, quando um Boeing da Gol ficou preso após o asfalto ceder.

Em nota, a Azul confirmou que o voo AD4255, vindo do Recife, foi desviado por “restrições operacionais relacionadas à infraestrutura do terminal”, reforçando que a responsabilidade é do aeroporto, não da companhia. O voo de retorno, AD4091 (Noronha–Recife), foi cancelado. Passageiros afetados foram realocados em voos extras e receberam assistência conforme a Resolução 400 da Anac.

✈️ Regras mais rígidas e mudanças nas operações

Dix Aeroportos, concessionária do terminal, já havia informado que o pátio não comporta duas aeronaves ao mesmo tempo. A Gol, por sua vez, anunciou que, até 15 de agosto, todos os voos para Noronha serão operados com modelos Boeing 737-700 e terão decolagens antecipadas em 30 minutos.

O problema estrutural remonta a um asfalto com mais de 30 anos, fissuras e infiltrações, que vem causando transtornos seguidos desde 2022. A requalificação do terminal começou apenas em setembro de 2024 e segue em andamento com atraso. A primeira fase, que reformou o eixo central da pista, foi concluída em março de 2025.

💬 Passageiros relatam tensão

Na quarta-feira (3), outro avião da Azul precisou sobrevoar a ilha três vezes antes de ser autorizado a pousar. A passageira Ana Cláudia Soares, gerente de pousada em Noronha, relatou a tensão vivida a bordo:

“O piloto avisou que havia outra aeronave no solo e que só uma podia permanecer no aeroporto. Demos três voltas antes de pousar. Achei inseguro, fiquei nervosa. Pensei se o avião teria combustível suficiente, tive medo”, disse.

🏗️ Governo cobrado por solução

Diante da repercussão, Ministério de Portos e Aeroportos e a Anac cobraram esclarecimentos do governo de Pernambuco. A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura afirmou que as restrições impostas pela Anac são “necessárias e fundamentais” para garantir a continuidade das obras de requalificação.

Apesar dos esforços, a situação escancara o colapso da infraestrutura do aeroporto de um dos destinos turísticos mais famosos do Brasil — e levanta questionamentos sobre a segurança, planejamento e transparência das obras em andamento.

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