Moraes pediu prisão de ex-assessor à Itália por vazamentos de dados sigilosos
Justiça italiana confirmou que ordem partiu de despacho do ministro; extradição segue em análise
Um documento da Justiça italiana confirma que a ordem que levou à detenção de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, partiu diretamente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O despacho, de janeiro de 2025, solicitava a prisão preventiva do ex-servidor por supostos crimes de divulgação de informações sigilosas e por indícios de atuação em uma rede de ataques às instituições democráticas, durante o período em que trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo os registros, Tagliaferro admitiu ter repassado informações a um jornalista da Folha de S. Paulo em 2022, que meses depois publicou reportagens sobre o assunto. Para os magistrados italianos, o caso ocorreu em meio a um “contexto de ataque à credibilidade do STF e do TSE”.
Decisão da Justiça italiana
Apesar do pedido brasileiro, o Tribunal de Catanzaro não decretou a prisão preventiva de Tagliaferro. Em vez disso, aplicou medidas cautelares, como:
- entrega do passaporte;
- obrigação de se apresentar regularmente à polícia local (Carabinieri);
- proibição de mudar de endereço sem autorização judicial.
O processo de extradição ainda está em análise e caberá à Corte italiana decidir se ele será ou não entregue ao Brasil.

Defesa e contexto
De acordo com o advogado Fábio Pagnozzi, que atua na Itália, a detenção desta quarta-feira (1º/10) foi apenas para esclarecimentos sobre o processo em andamento. Ele afirmou que o ex-assessor deve ser liberado após cumprir as formalidades.
Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo vazamento de mensagens internas do gabinete de Moraes. Desde agosto, o ministro também formalizou pedido de extradição junto ao Ministério da Justiça.
👉 Resumo rápido:
- Moraes pediu a prisão preventiva de Tagliaferro em janeiro de 2025.
- Justiça italiana rejeitou prisão, mas aplicou restrições.
- Processo de extradição segue em tramitação.
- Defesa alega arbitrariedade e diz que Tagliaferro está regularizado na Itália.
Justiça da Itália barra prisão pedida por Moraes e impõe restrições a ex-assessor
Tribunal aplicou medidas cautelares, mas rejeitou a prisão de Eduardo Tagliaferro, acusado de vazar documentos
O Tribunal de Apelação de Catanzaro, na região da Calábria, na Itália, rejeitou o pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para prender seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, acusado de vazar conversas e documentos ligados a investigações contra bolsonaristas.
Tagliaferro foi detido nesta quarta-feira (1º) pela polícia italiana, mas foi liberado após a aplicação de medidas restritivas. Ele está proibido de deixar o município de Torano Castello, onde mora, e teve o passaporte apreendido. Também deverá informar sua rotina às autoridades e permanecer disponível para fiscalização policial.
Segundo o despacho da Justiça italiana, não havia risco de fuga, já que as acusações contra ele eram públicas e ele não tentou se esconder. Por isso, os magistrados consideraram desnecessária a prisão.