Imigrantes lotam aeroporto em São Paulo em busca de refúgio no Brasil
Cerca de 400 imigrantes estão atualmente retidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, aguardando para solicitar refúgio no Brasil. De acordo com informações do Ministério Público Federal (MPF), a maioria desses indivíduos é composta por indianos, além de vietnamitas e cidadãos de países africanos, como o Senegal. Eles chegaram recentemente em voos separados, mas as razões específicas para o pedido de refúgio ainda não foram divulgadas.
A situação enfrenta obstáculos significativos devido a falhas na plataforma digital de registros, dificultando a entrada regular desses imigrantes no país. Para abordar essa crise emergencial, uma reunião de alto nível está agendada para esta quinta-feira (13), envolvendo autoridades da Polícia Federal, da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), da Anvisa e da administração do aeroporto.
O procurador Guilherme Rocha, que esteve presente no aeroporto nesta quarta-feira, destacou a urgência em implementar medidas para agilizar o processamento dos pedidos de refúgio.
Letícia Carvalho, representante da Missão Paz, que visitou o local na terça-feira, ressaltou que, antes da pandemia, imigrantes sem documentação válida aguardavam no máximo 96 horas por regularização. No entanto, com o aumento no fluxo de imigrantes e a instabilidade no sistema de registro do governo, a situação se agravou.
Além das dificuldades burocráticas, os imigrantes enfrentam condições precárias de alojamento e higiene. Apenas mulheres grávidas ou com crianças foram transferidas para hotéis locais, enquanto a maioria dos demais relata dormir no chão e falta de acesso a instalações básicas.
Esta não é a primeira vez que o Aeroporto de Guarulhos se vê diante de uma crise humanitária. Em eventos anteriores, como a chegada de afegãos em 2022, medidas emergenciais foram necessárias para assegurar o bem-estar e os direitos dos refugiados.