Delegada narra perseguição após caso de Rodrigo Carvalheira

Natasha Dolci, delegada da Polícia Civil de Pernambuco, está enfrentando um inquérito sob suspeita de corrupção, desencadeado por interceptações telefônicas que revelaram diálogos entre ela e o empresário Rodrigo Carvalheira em abril. A investigação está sendo conduzida pelo Grupo de Operações Especiais, liderado pelo Delegado José Tenório dos Santos Neto, que também solicitou a geolocalização da delegada como parte das diligências. A investigada alega que está sofrendo perseguição indevida e sugere estar aberta para esclarecer os fatos.

Nas conversas interceptadas, Natasha e Carvalheira, alegados amigos entre si, discutiram detalhes de um inquérito de estupro envolvendo o empresário, além de um pedido dela para ser transferida para Fernando de Noronha. O fato tem passado por grande repercussão em Pernambuco nos últimos meses. Essas comunicações levaram à prisão temporária de Carvalheira por seis dias, acusado de tentar interferir nas investigações. Após o término desse período, ele foi libertado, mas posteriormente detido novamente pelas mesmas acusações.

A delegada foi suspensa em abril. Após a divulgação das interceptações, a Polícia Civil solicitou inicialmente a suspensão das funções de Natasha, porém a 18ª Vara Criminal negou o pedido. Subsequentemente, a SDS implementou a suspensão, exigindo que a delegada entregasse sua arma e documento funcional, além de comparecer diariamente à Diretoria de Recursos Humanos da PCPE durante o período de afastamento.

Contudo, essa medida foi contestada e considerada ilegal pela 3ª Vara da Fazenda Pública, que revogou a determinação, argumentando violação ao princípio da legalidade. Natasha, que já foi transferida entre delegacias mais de 14 vezes em dois anos, afirma que suas conversas com Carvalheira não constituíram obstrução às investigações. Ela alega estar sofrendo perseguição interna desde que denunciou irregularidades na instituição.

DELEGADA PUBLICA PRINTS DE CONVERSAS COM CARVALHEIRA

Natasha reitera que seu pedido de transferência para Fernando de Noronha teve como objetivo escapar dessa perseguição e ressalta que sua geolocalização desativada não teria impacto nas investigações em curso sobre corrupção.

Veja no vídeo abaixo trecho de depoimento da delegada, sugerindo perseguição:

A delegada também publicou nas redes sociais prints de conversas que teve com o empresário Rodrigo Carvalheira, sugerindo estar aberta para revelar todos os detalhes, sem precisar do mandado de geolocalização expedido contra ela.

VEJA ABAIXO TODOS OS PRINTS PUBLICADOS PELA DELEGADA:

EMPRESÁRIO ENFRENTA DIVERSAS ACUSAÇÕES DE ESTUPRO

A situação se desenrola em meio às acusações contra Rodrigo Carvalheira por estupro, com cinco mulheres relatando terem sido vítimas entre 2005 e 2019. A Polícia Civil concluiu cinco investigações, resultando no indiciamento do empresário por estupro de vulnerável, apesar de dois inquéritos terem prescrito. O Ministério Público de Pernambuco apresentou denúncia, tornando Rodrigo réu em um dos três processos restantes.

Após a divulgação de uma ligação interceptada entre Natasha Dolci e Rodrigo Carvalheira em 3 de abril, decisiva para a prisão preventiva do empresário, a SDS-PE determinou o afastamento da delegada por 120 dias. Essa medida, que incluiu a retirada de sua identificação funcional, arma e outros utensílios, foi posteriormente cassada pela justiça.

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