Justiça nega pedido de arquivamento das investigações sobre a morte de adolescente

A Justiça rejeitou, nesta quarta-feira, dia 04, o pedido de arquivamento do inquérito sobre o assassinato do adolescente Darik Sampaio da Silva, de 13 anos, baleado por dois disparos da Polícia Militar no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife, em março deste ano. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) concluiu que não foi possível identificar o responsável pelos tiros.

A decisão da 1ª Vara do Tribunal do Júri considerou “precipitada” a solicitação de arquivamento, destacando que a investigação poderia ter avançado com mais diligências e deduções lógicas para identificar os envolvidos na perseguição policial.

Darik, atleta da equipe sub-14 de futsal do Sport Club do Recife, foi atingido por balas “perdidas” durante uma perseguição a suspeitos de roubo de veículo, na Rua Professora Arcelina Câmara. Conforme reportado pelo JC, na terça-feira (3), o inquérito da Polícia Civil revelou que não houve troca de tiros, como inicialmente informado pela Polícia Militar, e que os disparos foram realizados exclusivamente pelos policiais.

De acordo com o relatório enviado ao MPPE, os delegados responsáveis pela investigação informaram que não foi possível identificar qual dos cinco PMs disparou contra Darik. Os militares envolvidos se recusaram a participar da reprodução simulada, conforme registrado pela Polícia Civil.

Em seu parecer encaminhado à Justiça na semana passada, o promotor Ademilton Carvalho Leitão afirmou que “todos os esforços e diligências possíveis foram realizados pela Polícia Civil para esclarecer a autoria do crime, não havendo outras medidas a serem tomadas”, o que justificaria a recomendação pelo arquivamento.

No entanto, a Justiça discordou. A decisão da 1ª Vara ressaltou que “não há falta de autores possíveis, mas sim a existência de um conjunto de suspeitos”. O tribunal observou que, embora haja elementos no processo, muitas questões permanecem sem respostas satisfatórias, não por ausência de provas, mas pela falta de cuidado na investigação.

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