🎯 Lula promete energia “de graça” para 60 milhões — mas quem vai pagar a conta?

Medida provisória bilionária isenta tarifa para famílias pobres e tenta conter crise de popularidade do governo às vésperas das eleições

Em mais uma tentativa de estancar a perda de apoio popular, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (21) uma medida provisória que promete zerar a conta de luz de mais de 60 milhões de brasileiros e reduzir tarifas para outros 55 milhões. A pergunta que fica no ar: quem vai bancar essa conta de R$ 3,6 bilhões?

A medida já entrou em vigor e foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. A gratuidade valerá para famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e consumo de até 80 kWh por mês. Já o desconto parcial será destinado a quem recebe até um salário mínimo por pessoa e consome até 120 kWh.

📉 A conta é alta — e alguém vai pagar

O governo jura que os valores não serão repassados aos demais consumidores, prometendo compensar o impacto com “redução de custos operacionais” e uma suposta economia via abertura do mercado livre de energia. Mas especialistas do setor alertam: isso não é tão simples quanto parece.

“O discurso de que a classe média não vai pagar a conta é fantasia. No fim, ou pagaremos via impostos, subsídios cruzados ou aumento da tarifa no médio prazo”, avalia um executivo de uma distribuidora do Nordeste, sob reserva.

💰 Pacote bilionário em meio à crise de imagem

A medida surge em um momento delicado para o Planalto. Após o escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias via INSS, o governo viu a popularidade de Lula estagnar em níveis críticos — com 54% de reprovação, segundo pesquisa Pulso Brasil-Ipespe.

Internamente, ministros e marqueteiros admitem: o “pacote da energia” é visto como uma cartada para reconquistar o apoio das classes mais pobres antes das eleições municipais de outubro, onde o PT aposta pesado na vitória de aliados.

🔌 Promessa de ‘mercadinho da energia’ até 2027

A medida provisória também abre o mercado de baixa tensão a partir de 2026. Indústrias e comércios poderão escolher seus fornecedores de energia, algo hoje restrito a grandes consumidores. Para o consumidor comum, a promessa é que a mudança venha em dezembro de 2027.

“Até lá, todo brasileiro poderá ir ao ‘mercadinho da energia elétrica’ e escolher de quem comprar sua luz”, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ao lado de Lula. Ele usou um exemplo curioso: “É como em um condomínio. Todos têm que ratear os custos. Hoje, isso não acontece no setor elétrico.”

⚠️ Pressa e risco político

Embora já esteja valendo, a MP precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias. O governo afirma já ter acordo, e o texto foi encaminhado com apoio explícito dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Mas a proposta pode enfrentar resistência de setores do mercado e de parlamentares que temem o impacto fiscal. “O governo quer resolver um problema de imagem usando o bolso de todos”, afirmou um senador da oposição.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *