💼 Mala com R$ 1,2 milhão em espécie leva PF a investigar empresários do AM por corrupção e lavagem de dinheiro em Brasília
METRÓPOLES
Flagrante ocorreu durante fiscalização no aeroporto; grupo tem ligação com políticos recém-eleitos e estaria na capital em meio à Marcha dos Municípios.

O que era para ser apenas uma rápida passagem por Brasília se transformou em um caso de polícia com potencial explosivo. Três empresários de Manaus — César de Jesus Glória Albuquerque, Erick Pinto Saraiva e Vagner Santos Moitinho — foram presos em flagrante na última terça-feira (20/5) ao desembarcar na capital federal com uma mala contendo R$ 1,25 milhão em dinheiro vivo.
O trio, que embarcou no voo Latam 3747, tinha passagens de volta marcadas para o mesmo dia, sinalizando que a visita seria breve. Mas a grande quantidade de cédulas escondidas nas bagagens despertou a atenção da Polícia Federal, que fazia uma fiscalização de rotina no aeroporto. Ao revistar as malas, os agentes encontraram o montante e iniciaram uma investigação que pode revelar um esquema de corrupção com ramificações políticas.
Contradições e empresas suspeitas
Aos policiais, os empresários alegaram que atuam no Amazonas prestando serviços para prefeituras por meio de empresas próprias. Segundo eles, a viagem teria como objetivo a compra de insumos em Goiás e o pagamento de dívidas comerciais.
No entanto, durante o interrogatório, caíram em contradição diversas vezes e não conseguiram indicar os locais de compra nem os destinatários dos supostos pagamentos.
Marcha dos Municípios acende alerta
A suspeita da PF é de que os três estivessem em Brasília para realizar pagamentos ilícitos a agentes públicos, aproveitando a movimentação da tradicional Marcha em Defesa dos Municípios, evento que reúne prefeitos, vereadores e lideranças políticas de todo o país — inclusive do Amazonas.
A investigação agora mira possíveis ligações entre os empresários e políticos recém-eleitos no estado, com quem teriam relações diretas e até familiares, segundo fontes ouvidas pela coluna Mirelle Pinheiro.
Endereços de fachada e auxílio emergencial
Além da lavagem de dinheiro, a Polícia Federal apura se o grupo também está envolvido com saques irregulares de auxílio emergencial e a utilização de empresas de fachada para firmar contratos públicos fraudulentos.
Os três permanecem presos enquanto a PF rastreia a origem dos valores e mapeia a possível rede de corrupção. O caso segue sob sigilo judicial.