⚖️ Moraes surpreende, ouve Bolsonaro e aliados em tempo recorde e julgamento se aproxima

STF conclui em dois dias interrogatórios do núcleo central da tentativa de golpe. Moraes acelera processo e julgamento pode ocorrer ainda em 2025.

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu em apenas dois dias os interrogatórios dos principais investigados na ação penal por tentativa de golpe de Estado. A etapa era considerada uma das mais sensíveis do processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete ex-integrantes da cúpula militar e política do governo.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, havia reservado cinco dias para as oitivas, mas surpreendeu ao concluir todos os depoimentos nesta terça-feira (10). A agilidade reforça a condução firme e célere do processo, sem restringir o direito de defesa: todos os réus puderam falar livremente e responder — ou não — às perguntas.

“Cumpri a promessa: amanhã, todos poderão tomar um belo brunch”, brincou Moraes, ironizando um pedido da defesa do general Augusto Heleno, que havia solicitado que a sessão começasse mais tarde para que pudesse “minimamente jantar”.

Quem foi ouvido

O primeiro a prestar depoimento foi Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador da Justiça. Na sequência, em ordem alfabética, vieram os demais réus:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-chefe da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022.

Heleno foi o único que optou pelo direito ao silêncio. Já Braga Netto, que segue preso preventivamente no Rio de Janeiro, participou por videoconferência.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, os integrantes desse “núcleo crucial” seriam os responsáveis por liderar ações que visavam impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.

📍 Próximos passos

Com a fase de interrogatórios encerrada, Moraes abriu prazo de cinco dias para que defesa e acusação apresentem pedidos de diligências complementares. Depois disso, será iniciada a fase final de produção de provas e, em seguida, a apresentação das alegações finais.

A expectativa é que o julgamento do caso de Bolsonaro ocorra no segundo semestre de 2025, após o recesso do Judiciário, que vai até agosto. Ainda restam outros três núcleos do inquérito para serem ouvidos, mas a etapa envolvendo o ex-presidente é considerada a mais simbólica e decisiva.

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