⚡Marina reage após bate-boca no Senado e tenta travar ‘boiada’ do licenciamento ambiental na Câmara

Ministra diz que texto aprovado no Senado “amputa” décadas de proteção ambiental e mira articulação com Hugo Motta para barrar votação

Após um embate acalorado com senadores durante audiência nesta terça-feira (27), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, partiu para uma ofensiva política na Câmara para tentar frear o avanço do projeto que flexibiliza regras de licenciamento ambiental. A proposta, aprovada no Senado com apoio de ministérios da infraestrutura, é vista por ambientalistas como um retrocesso.

Ainda no Congresso, Marina cruzou os corredores entre as Casas e se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a quem pediu mais tempo para discussão da proposta — que, segundo ela, foi votada às pressas e contém trechos que “amputam normas estratégicas” do controle ambiental no país.

“Pedi que o projeto tenha o tempo necessário da democracia e da transparência. O texto não foi debatido e foi apresentado praticamente no dia da votação”, criticou Marina, que foi acompanhada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

🗣️ “A mulher merece respeito, a ministra não”

Mais cedo, a ministra participou de audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, onde foi hostilizada por parlamentares da oposição, como o senador Marcos Rogério (PL-RO), que disparou: “Se ponha no seu lugar”. A ministra reagiu e deixou a sessão. Plínio Valério (PSDB-AM) foi além: “A mulher Marina merece respeito, a ministra não”, provocou.

❌ Derrotas em série

O projeto é mais um revés para Marina Silva no governo Lula. Antes, ela já havia perdido internamente a disputa contra ministros que apoiam a exploração de petróleo na Margem Equatorial, bandeira defendida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) — o mesmo que agora incluiu emendas ‘jabutis’ no projeto do licenciamento.

A ministra agora tenta isolar esses trechos, considerados os mais graves.

🐢 Os “jabutis” do projeto:

  • Licença Ambiental Especial (LAE): proposta de Alcolumbre, acelera licenciamento de obras “estratégicas” sem análise prévia, com prazo máximo de 12 meses;
  • Segurança energética: facilita licenciamento para projetos de energia previstos em políticas nacionais;
  • Obras em estradas: libera pavimentações com adesão automática a critérios, sem estudos de impacto;
  • Mata Atlântica: flexibiliza desmate de áreas em regeneração, o que, segundo ambientalistas, ameaça biomas preservados.

🌿 Resistência na Câmara

Frente Parlamentar Ambientalista tenta barrar o texto com apoio de Lula e do STF, apelando ao Pacto pela Transformação Ecológica. Segundo o deputado Nilto Tatto (PT-SP), “o ideal é engavetar o projeto”.

A pressão, no entanto, esbarra na força da Frente Parlamentar Agropecuária, que reúne mais de 300 deputados e 50 senadores. A FPA quer a votação e vê o projeto como essencial para destravar obras e investimentos.

REPERCUSSÃO

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