🎵 ADEUS AO POETA DO SAMBA: ARLINDO CRUZ MORRE AOS 66 ANOS

O Brasil se despede de Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba, morto nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. Criado em Madureira e apaixonado pelo Império Serrano, o cantor, compositor e instrumentista construiu uma obra marcada por letras emocionantes, melodias inesquecíveis e a malandragem do partido-alto.
Arlindo nasceu em Piedade, no Rio de Janeiro, e começou no cavaquinho aos 6 anos, incentivado pelo pai, Arlindão. Brilhou no Cacique de Ramos ao lado de Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Jovelina Pérola Negra, e foi um dos responsáveis por introduzir o banjo no samba. No lendário Fundo de Quintal, gravou clássicos como Seja Sambista Também e O Mapa da Mina. Em carreira solo e em parceria com Sombrinha, registrou nove álbuns e mais de 790 composições, muitas eternizadas nas vozes de grandes intérpretes.
No carnaval, foi autor de sambas-enredo memoráveis para o Império Serrano e outras escolas. Sua última grande homenagem na Sapucaí veio em 2023, quando o Império dedicou-lhe o enredo Lugares de Arlindo.
Em 2017, sofreu um AVC que o deixou com graves sequelas e afastado dos palcos. Nos últimos oito anos, viveu sob cuidados da família, especialmente da esposa, Babi Cruz, sua companheira há 35 anos.
Além da música, sua vida também foi marcada por desafios, incluindo a luta contra o vício em drogas, vencido antes do acidente.
Arlindo deixa um legado imortal para o samba e já tem novas homenagens previstas: um documentário, um filme de ficção e um musical programados para 2026.
“O show tem que continuar”, escreveu ele em um de seus sambas mais conhecidos — e continuará, com sua obra ecoando nas rodas, avenidas e corações.