Um voo da TAP Air Portugal com destino a Lisboa foi cancelado neste sábado (24/5) no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, após a companhia se recusar a permitir o embarque do cão de suporte emocional Teddy, mesmo com uma ordem judicial autorizando o animal a viajar na cabine.
O cachorro acompanha Hayanne Porto, passageira cuja irmã foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e precisa do apoio emocional constante do animal. A liminar da 5ª Vara Cível de Niterói (RJ) garantia o direito de embarque.
Diante da negativa da TAP, a família acionou a Polícia Federal, que impediu a decolagem da aeronave. Até as 23h, Hayanne e sua família ainda estavam no aeroporto, sem previsão de embarque.
A advogada da família, Fernanda Lontra, alertou que o Certificado Veterinário Internacional do cão vence neste domingo (25/5), e o processo de renovação pode levar até 10 dias — o que compromete toda a viagem.
A companhia aérea alegou, por nota, que cumprir a ordem judicial violaria normas de segurança do seu Manual de Operações, aprovado por autoridades portuguesas. Disse ainda que foram oferecidas alternativas para o transporte do animal, mas elas foram recusadas pelos tutores.
“Não vou embarcar sem o Teddy. Isso não é luxo, é necessidade”, disse Hayanne à imprensa.
Este é o segundo episódio envolvendo a TAP e cães de suporte emocional nos últimos meses. Em abril, outro animal foi impedido de embarcar mesmo com a documentação regularizada, também em um caso envolvendo uma criança com TEA.
A polêmica levantou debate nas redes sociais sobre direitos das pessoas neurodivergentes, desobediência judicial por parte de companhias aéreas e a humanização no transporte aéreo internacional.