💣 TARIFA DE TRUMP PODE CUSTAR R$ 1 BILHÃO POR ANO A PERNAMBUCO EM EXPORTAÇÕES AOS EUA

A decisão do ex-presidente Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos pode representar um duro golpe à economia de Pernambuco. O estado, que ocupa a quarta posição entre os maiores exportadores nordestinos para o mercado norte-americano, pode perder até R$ 1,1 bilhão por ano, segundo estimativa da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
“Se tomarmos como referência os números de 2024, é uma perda significativa. Mesmo com o desempenho menos dinâmico de 2025, o impacto ainda será expressivo”, avaliou José Farias, coordenador de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene.
Entre os principais produtos pernambucanos exportados aos EUA estão:
- Açúcar: R$ 63,9 milhões
- Uva: R$ 30,8 milhões
- Petróleo: R$ 18,6 milhões
Para o economista e professor da UFRPE Luiz Maia, a elevação tarifária tende a reduzir a receita de exportação e pressionar produtores locais a absorver parte do custo ou redirecionar seus mercados. “Uma manga que custa US$ 1 pode passar a valer US$ 1,50. O consumidor pode até continuar comprando, mas grandes varejistas como o Walmart vão buscar renegociar preços, o que reduz a margem de lucro dos produtores”, explicou.
🔻 NORDESTE PODE PERDER R$ 16 BILHÕES
A Sudene também estima que a região Nordeste pode amargar perdas anuais de até R$ 16 bilhões com a medida. Bahia, Maranhão, Ceará e Pernambuco juntos responderam, em 2024, por exportações superiores a R$ 14 bilhões aos EUA — num total de R$ 15,6 bilhões da região.
“Essa decisão não tem vencedores. Os Estados Unidos também são grandes importadores da nossa região. Em 2024, só o Nordeste comprou quase R$ 33,5 bilhões em produtos norte-americanos. Se o Brasil reagir com reciprocidade, os EUA têm muito a perder”, alertou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.
📉 BRASIL INTEIRO PODE SENTIR O BAQUE
No cenário nacional, as exportações brasileiras aos EUA somaram US$ 40,3 bilhões, com destaque para:
- Óleo bruto de petróleo – US$ 5,83 bi
- Ferro e aço – US$ 2,8 bi
- Aeronaves e helicópteros – US$ 2,38 bi
- Café não torrado – US$ 1,9 bi
Diante do cenário, especialistas defendem uma resposta firme, mas diplomática, por parte do governo brasileiro. “É hora de mostrar que o Brasil quer ser respeitado”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana.