💥 Em meio a embate com governo, Alcolumbre aparece entre campeões de emendas: R$ 26,4 milhões empenhados

O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), despontou como um dos maiores beneficiados no empenho de emendas parlamentares na última semana. Dos R$ 1,9 bilhão liberados pelo governo, R$ 26,4 milhõesforam para indicações do senador — o terceiro maior valor, atrás de Augusta Britto (PT-MA), com R$ 34,2 milhões, e de Giordano (MDB-SP), com R$ 33,2 milhões.

O dado chama atenção porque, ao contrário de Britto e Giordano, Alcolumbre já teve parte de seus recursos pagos. Desde janeiro, o Executivo liberou R$ 3,1 bilhões em emendas.

A movimentação ocorre no mesmo momento em que cresce a tensão entre o Planalto e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na manhã desta segunda-feira, Motta usou as redes sociais para rebater críticas do governo após a derrubada do decreto que ampliava o IOF:

“Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. Avisamos que essa matéria teria dificuldade no Parlamento”, disse.

Motta participou da articulação para enterrar o decreto, ao lado de Alcolumbre. Mas, até agora, o deputado paraibano recebeu apenas R$ 6 milhões empenhados, bem abaixo do presidente do Senado.

O ritmo de liberações disparou depois da derrota do governo Lula na votação do IOF. Mesmo assim, os parlamentares seguiram impondo derrotas ao Planalto.

📊 Números do orçamento

  • Em 2015: R$ 16,9 bilhões em emendas (corrigidos pela inflação)
  • Em 2025: R$ 50,3 bilhões — três vezes mais
  • Modalidade “emenda Pix” consolidada: recursos vão direto a estados e municípios, sem convênios ou projetos detalhados

A polêmica em torno das emendas deve se intensificar. Dois dias após os empenhos, o ministro Flávio Dino (STF)determinou abertura de inquérito da PF para investigar o uso de R$ 694 milhões em transferências especiais.

Alcolumbre saiu em defesa do instrumento:

“As emendas são investimento e desenvolvimento. Muitas vezes chegam onde o Estado nem sabia que precisava de uma ponte, de uma estrada, de uma unidade de saúde. É preciso parar de criminalizar por criminalizar.”

Emendas PIX: O que você precisa saber

O que são as Emendas PIX?

As Emendas PIX são um tipo especial de transferência de dinheiro público que deputados e senadores podem enviar diretamente para estados e municípios. O nome “PIX” vem da facilidade e rapidez da transferência, similar ao sistema de pagamentos PIX que conhecemos.

Como funciona?

  • Antes: Para liberar verba, era preciso apresentar projetos detalhados e fazer convênios
  • Agora: O dinheiro é transferido direto, sem necessidade de explicar como será usado
  • Problema: Isso dificulta a fiscalização e o controle dos gastos

Por que isso virou polêmica?

1. Falta de transparência

  • Não é preciso dizer como o dinheiro será gasto antes de receber
  • A fiscalização fica mais difícil
  • Muitas vezes não sabemos se o dinheiro foi bem usado

2. Valores altos

  • Em 2025: R$ 50,38 bilhões em emendas (quase o triplo de 2015)
  • Em um único dia: governo pagou R$ 2,3 bilhões em emendas PIX
  • Alguns parlamentares receberam mais de R$ 18 milhões

3. Uso questionável

  • Exemplo polêmico: Dinheiro público usado para asfaltar rua de condomínio de luxo onde mora um deputado
  • Recursos que deveriam ir para áreas carentes sendo usados em locais já bem servidos

Quem mais se beneficiou?

Top 3 parlamentares que mais receberam:

  1. Augusta Britto (PT-MA): R$ 34,2 milhões
  2. Giordano (MDB-SP): R$ 33,2 milhões
  3. Davi Alcolumbre (União-AP): R$ 26,4 milhões

Partidos mais beneficiados:

  1. União Brasil + PP: R$ 509 milhões
  2. PL (Bolsonaro): R$ 400 milhões
  3. MDB: R$ 317 milhões

O que o Supremo está fazendo?

O ministro Flávio Dino do STF está investigando as emendas PIX porque:

  • Suspeita de irregularidades em R$ 694 milhões
  • Falta de transparência nos gastos
  • Possível uso político dos recursos

Novas regras exigidas:

  • Municípios devem explicar como vão usar o dinheiro
  • Prestação de contas obrigatória
  • Mais transparência nos repasses

Estados também adotaram o modelo

20 estados copiaram as emendas PIX e criaram versões estaduais:

  • Minas Gerais: Pioneiro, com R$ 2,2 bilhões em 2025
  • São Paulo: R$ 30,3 milhões por parlamentar
  • Roraima: Emendas superam investimentos do governo em 134%

O problema nos estados:

  • Não precisam seguir as mesmas regras de transparência do governo federal
  • Prestação de contas fica com os municípios
  • Fiscalização mais fraca

Por que isso importa para você?

Impactos positivos possíveis:

  • Recursos chegam mais rápido a obras necessárias
  • Deputados conhecem melhor as necessidades de suas regiões
  • Menos burocracia para liberar verbas

Riscos para a sociedade:

  • Dinheiro público pode ser mal usado
  • Falta de planejamento técnico
  • Possível favorecimento político
  • Recursos podem não ir para quem mais precisa

O que esperar?

Próximos passos:

  • 23 de outubro: Nova audiência no STF para discutir transparência
  • Investigação da PF: Apuração de irregularidades
  • Novas regras: Mais controle e fiscalização

Cronograma 2026:

  • Pagamento de emendas deve ser feito até 3 meses antes das eleições
  • Maior controle sobre os prazos
  • Regras mais rígidas de prestação de contas

Glossário

  • Empenho: Quando o governo “reserva” o dinheiro para pagar algo
  • Impositiva: Emenda que o governo é obrigado a pagar
  • TCU: Tribunal de Contas da União – órgão que fiscaliza gastos públicos
  • CGU: Controladoria-Geral da União – órgão de controle interno do governo

Os parlamentares que mais usam emendas Pix

(*Valores em R$, de 2020 a 2024)

DEPUTADOS

Dagoberto Nogueira (PSDB-MS)
58.010.993

Gervásio Maia (PSB-PB)
57.527.166

João Carlos Bacelar (PL-BA)
57.513.405

Ricardo Barros (PP-PR)
57.478.647

Vermelho (PP-PR)
56.147.283

Fabio Schiochet (União-SC)
55.972.394

Celio Studart (PSD-CE)
55.937.161

André Ferreira (PL-PE)
55.352.792

Arnaldo Jardim (Cidadania-SP)
54.121.601

Eduardo Bismarck (PDT-CE)
54.060.039

Júnior Mano (PSB-CE)
53.951.382

Giacobo (PL-PR)
53.675.665

Marx Beltrão (PP-AL)
53.276.641

Jorge Solla (PT-BA)
53.184.243

Cleber Verde (MDB-MA)
52.669.103

Diego Andrade (PSD-MG)
52.405.821

Fred Costa (PRD-MG)
52.254.765

Júnior Ferrari (PSD-PA)
51.947.166

Marcos Aurélio Sampaio (PSD-PI)
51.947.166

AJ Albuquerque (PP-CE)
51.907.172

SENADORES

Jayme Campos (União-MT)
89.261.515

Davi Alcolumbre (União-AP)
88.199.642

Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
87.394.089

Marcos Rogério (PL-RO)
84.791.430

Randolfe Rodrigues (PT-AP)
81.493.086

Otto Alencar (PSD-BA)
80.038.932

Marcelo Castro (MDB-PI)
78.471.193

Carlos Fávaro (PSD-MT)
76.333.966

Eliziane Gama (PSD-MA)
72.651.520

Luis Carlos Heinze (PP-RS)
72.301.446

Angelo Coronel (PSD-BA)
71.426.936

Carlos Viana (Podemos-MG)
71.340.773

Omar Aziz (PSD-AM)
70.827.644

Giordano (MDB-SP)
70.437.584

Lucas Barreto (PSD-AP)
70.171.505

Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
67.591.220

Rogério Carvalho (PT-SE)
67.261.626

Chico Rodrigues (PSB-RR)
66.533.354

Nelsinho Trad (PSD-MS)
65.666.850

Zenaide Maia (PSD-RN)
64.716.837

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