💰ONG ligada a sindicato de Lula recebe R$ 15 milhões para “tirar lixo” de terra indígena
Funcionando em uma sala alugada de 40 m² no subsolo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ONG de petistas é contratada para limpar lixo em território yanomami. Verba foi liberada integralmente em parcela única. Atividades ainda não começaram.

O governo Lula contratou, por R$ 15,8 milhões, uma ONG controlada por dirigentes petistas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para atuar na retirada de lixo da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A ONG funciona numa sala de 40 m² no subsolo do sindicato, em São Bernardo do Campo (SP), onde Lula iniciou sua carreira política.
O acordo foi firmado em dezembro de 2023 pela Secretaria de Economia Popular e Solidária, hoje sob comando do ex-ministro Gilberto Carvalho (PT), figura-chave do núcleo político do presidente. Os R$ 15,8 milhões foram liberados integralmente três dias após a assinatura, antes mesmo do início das atividades — que ainda não saíram do papel.
A entidade escolhida, a Unisol Brasil, é presidida por Arildo Mota Lopes, ex-diretor do sindicato e filiado ao PT. O vice da ONG é Carlos Duarte, atual vice-presidente do mesmo sindicato. Ambos se recusaram a comentar o contrato.
📊 O que diz o contrato?
O convênio foi justificado como parte de um plano para capacitar catadores e dar destinação a resíduos sólidos gerados pelo envio de cestas básicas aos indígenas isolados. O governo estima que 70 toneladas de lixo plástico estejam acumuladas no território yanomami.
O plano de trabalho da ONG, no entanto, não define a quantidade mínima de lixo que precisa ser retirada. As metas são genéricas: formar catadores, promover ações de educação ambiental e apoiar organizações locais.
A prestação dos serviços será feita mediante subcontratações: empresas de limpeza, assessorias jurídicas, contábeis e técnicas. A Unisol foi uma das duas ONGs escolhidas entre 10 candidatas. Metade foi desclassificada por não apresentar sequer um plano de trabalho.
❓Por que chamou atenção
- A Unisol nunca atuou diretamente em territórios indígenas remotos.
- Sua sede é uma sala modesta alugada dentro do sindicato historicamente ligado a Lula.
- Seus diretores são petistas com cargos sindicais ativos.
- A ONG recebeu o segundo maior repasse da “ação orçamentária” para indígenas em 2024 — só perde para uma empresa de aviação contratada para voos na região.
- Apesar do pagamento integral, as atividades em campo ainda não começaram.
⚠️ Ministério ignorou critérios de liberação proporcional
Outras entidades contratadas com recursos da mesma rubrica — como a ONG CEA, também ligada a petistas — receberam apenas parte do valor até agora. Questionado sobre o motivo da antecipação total para a Unisol, o governo não respondeu.
A contratação ocorreu por meio de edital lançado em novembro de 2023. Cinco integrantes do Ministério do Trabalho analisaram as propostas. Três deles não justificaram suas notas, apenas lançaram pontuações. Os dois que escreveram tiveram opiniões contraditórias sobre a qualificação da equipe.
🧾 O que será feito com os R$ 15 milhões?
Segundo o plano:
- Fortalecer 3 organizações de catadores
- Qualificar 80 mulheres catadoras
- Promover 20 ações de educação ambiental
- Contratar 20 agentes indígenas recicladores
- Atuar em 10 bases yanomamis
Nada disso começou. O ministério afirma que os primeiros meses foram dedicados a reuniões e estudos técnicos. A atuação em campo está prevista apenas para o segundo semestre de 2025.
🔎 RESUMO RÁPIDO
Título alternativo para push/call to action:
R$ 15 mi para limpar lixo indígena: ONG petista funciona em sala de sindicato ligado a Lula
Pontos principais:
- ONG Unisol, ligada ao sindicato de Lula, contratada por R$ 15,8 milhões
- Sede: sala alugada no subsolo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
- Recursos pagos em parcela única antes do início das atividades
- Diretores são petistas com cargos no sindicato
- Nenhuma tonelada de lixo foi removida até agora
- Ministério ignora critérios de proporcionalidade usados com outras entidades