💵 Agente da PF é alvo de inquérito por ajudar lobista do INSS; R$ 1,1 milhão em dólares foi apreendido
Vídeos mostram policial levando investigados para área restrita de aeroporto; ele nega elo com fraudes e afirma ter feito “favor a um conhecido”

A Polícia Federal apreendeu US$ 200 mil em espécie (cerca de R$ 1,1 milhão) na casa do agente Philipe Roters Coutinho, lotado no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ele é investigado por facilitar o trânsito de suspeitos ligados a um esquema bilionário de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Segundo o inquérito, Roters aparece em vídeos de segurança conduzindo dois alvos da operação por áreas restritas do terminal, no fim de 2024: o lobista Danilo Trento, já conhecido por envolvimento na CPI da Pandemia, e o então procurador-geral do INSS, Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho.
Os investigadores apontam ainda que Trento teria pago, com seu cartão pessoal, a passagem usada por Oliveira Filho. A PF considera o fato um indício de proximidade e colaboração entre os dois.
🔍 Quem é quem no esquema
A investigação mapeia pagamentos de R$ 11,9 milhões feitos por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, ao ex-procurador e pessoas próximas a ele. Antunes é suspeito de comandar um esquema de liberação indevida de descontos em massa na Previdência, com a cooptação de servidores públicos.
🧳 Viagens suspeitas e pressa nos embarques
Além das imagens no aeroporto, o relatório policial destaca viagens feitas por Roters com compra de passagens de última hora, padrão também observado nos demais investigados. Os deslocamentos coincidem com movimentações suspeitas do grupo.
💬 O que diz o policial
Em nota enviada por seu advogado, Cristiano Barros, o agente negou envolvimento com qualquer irregularidade ligada ao INSS. Ele afirmou que não conhece Virgílio Oliveira Filho e que apenas fez um favor a Danilo Trento, com quem tem amigos em comum.
Segundo Roters, Trento teria desembarcado atrasado e pedido ajuda para acessar a aviação executiva, a fim de não perder o horário de outro voo. “Eu não sabia que ele estava acompanhado, nem quem era o outro passageiro”, declarou.
O agente afirmou que a movimentação de veículos e pessoas em áreas restritas do aeroporto é comum e feita por empresas terceirizadas. Disse ainda que nenhuma de suas viagens tem ligação com a investigação e que o dinheiro apreendido será justificado às autoridades “no momento oportuno”.
A defesa de Danilo Trento e de Virgílio Oliveira Filho não foi localizada até o momento.