🔍 Rejeição recorde a Lula e Bolsonaro abre disputa por herdeiro da direita em 2026

Pesquisa Quaest aponta cenário eleitoral indefinido e acirramento na busca por um novo nome para liderar o campo conservador

BRASÍLIA — A mais recente pesquisa Genial/Quaest revela que tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentam altos índices de rejeição e aparecem tecnicamente empatados em intenções de voto para 2026. A crescente insatisfação popular tem aberto espaço para nomes da direita que buscam se cacifar como alternativa ao bolsonarismo tradicional.

Segundo o levantamento, Lula e Bolsonaro registram hoje 41% cada em uma eventual reedição do segundo turno de 2022. O petista perdeu vantagem numérica que ainda mantinha em março, quando marcava 44% contra 40% do adversário.

Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Lula também está tecnicamente empatado: 41% a 40%. Em janeiro, a diferença era de nove pontos a favor do presidente. Já em um confronto com Michelle Bolsonaro, Lula venceria por 43% a 39%, mas a diferença caiu um ponto percentual desde a última rodada.

“O eleitor passou a conhecer melhor nomes como Tarcísio, Ratinho (Júnior) e Zema, e começa a tê-los como opção”, avaliou o CEO da Quaest, Felipe Nunes. “Pela primeira vez, a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro.”

Corrida pela herança do bolsonarismo

Com Bolsonaro ainda inelegível, a pesquisa revela uma disputa acirrada entre os pré-candidatos da direita. Tarcísio (17%) e Michelle Bolsonaro (16%) lideram a preferência entre os possíveis substitutos do ex-presidente. Em seguida, aparecem Ratinho Júnior (11%), Pablo Marçal (7%), Ronaldo Caiado (5%), Eduardo Bolsonaro (4%), Eduardo Leite (4%) e Romeu Zema (3%).

Michelle é a favorita entre os eleitores que se identificam como bolsonaristas: 44% desse grupo a escolhem como sucessora — mais que o dobro dos 17% que apoiam Tarcísio. Por outro lado, o governador paulista lidera entre os eleitores de direita que não se consideram bolsonaristas, com 32% das menções, contra 24% da ex-primeira-dama.

Já o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, aparece estagnado em todas as simulações, com 34% de intenção de voto em eventual segundo turno contra Lula — e apenas 4% de preferência como possível substituto do pai. “É o único nome que não parece ganhar tração ao longo dos meses”, afirmou Felipe Nunes nas redes sociais.

Rejeição em alta

Os números da Quaest apontam que o presidente Lula tem hoje o maior índice de rejeição entre todos os nomes testados: 57%, oito pontos a mais do que em janeiro. Bolsonaro aparece logo atrás, com 55%, seguido por Michelle, com 51%. Tarcísio é o menos rejeitado: apenas 33% dizem que não votariam nele de jeito nenhum.

Nas demais simulações de segundo turno, Lula venceria com margens apertadas:

  • Contra Ratinho Júnior (PSD): 40% a 38%
  • Contra Eduardo Leite (PSD): 40% a 36%
  • Contra Eduardo Bolsonaro (PL): 44% a 34%
  • Contra Romeu Zema (Novo): 42% a 33%
  • Contra Ronaldo Caiado (União): 43% a 33%

Com o favoritismo de Lula em queda e Bolsonaro travado por altos índices de rejeição, o jogo de 2026 segue completamente em aberto — e cada vez mais competitivo dentro da própria direita.

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