🔎 Refinaria misteriosa na Bahia recebe bilhões em incentivos com dono em sigilo: suspeita recai sobre magnata da Refit

Mesmo sem aval da ANP, projeto em Camaçari garante benefícios fiscais até 2032; fundo ligado à Refit esconde identidade do único cotista

Um empreendimento bilionário que promete instalar uma nova refinaria de petróleo em Camaçari, na Bahia, está no centro de um enigma empresarial: quem é, afinal, o verdadeiro dono da Gran Bahia Refinaria?

Apesar de ainda não ter autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para operar, a refinaria já recebeu incentivos fiscais generosos do governo baiano, como diferimento de ICMS por três anos e parcelamento com juros reduzidos por mais seis — o que, na prática, representa renúncia fiscal que pode chegar à casa dos bilhões de reais até 2032.

❓ Mistério que alimenta especulações

O quadro societário da empresa, registrado na Receita Federal, aponta dois nomes: Augusto Belluci, empresário com histórico empresarial discreto e que teve uma firma de informática encerrada em São Paulo, e o fundo de investimento EUV SV2 — este último envolto em ainda mais mistério.

O fundo é o controlador da TLIQ Logística, integrante do grupo Refit, comandado por Ricardo Magro, empresário conhecido no setor de combustíveis e investigado no passado por supostas fraudes fiscais. Na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o EUV SV2 aparece com apenas um cotista, cuja identidade é mantida sob estrito sigilo.

💼 Sigilo conveniente

A administradora do fundo, a FIDD, afirma que não pode revelar o nome do cotista, alegando respaldo legal ao sigilo de investidores. Coincidência ou não, a FIDD também gere o fundo EUV Denali, que investe diretamente em empresas controladas por Magro — entre elas, Nacional PetróleoPetro NorteSudeste Distribuidora e Direcional.

À reportagem, a FIDD evitou comentar a relação entre os fundos e não confirmou nem negou se o empresário Ricardo Magro está por trás do investimento na Gran Bahia. Procurada, a Refit nega qualquer ligação com a nova refinaria.

🧾 Governo não comenta

governo da Bahia, responsável pela concessão dos incentivos fiscais, foi questionado pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento da matéria. A ausência de respostas reforça o mistério em torno do projeto.

⚠️ Refinaria ainda não tem aval da ANP

Apesar dos benefícios já concedidos, a Gran Bahia Refinaria não está autorizada a operar. O projeto sequer obteve licença da ANP, órgão regulador que exige estudos técnicos, comprovação de capacidade financeira e análise de viabilidade para liberar atividades de refino no país.

🧩 Por que tanto mistério?

O sigilo sobre a identidade do investidor e a presença de um fundo com vínculos indiretos com a Refit levantam suspeitas no mercado: haveria manobra para evitar desgaste público ou barreiras regulatórias, dado o histórico controverso do empresário suspeito de estar por trás do negócio?

Enquanto isso, o projeto avança com apoio do Estado, incentivos milionários e nenhuma transparência sobre quem realmente lucra com o empreendimento.

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