🔥 “FOMOS TRAÍDOS”: Centrão explode contra Haddad e ameaça derrubar MP dos impostos

Líderes negam ter concordado com taxação e prometem guerra no Congresso para barrar medidas

BRASÍLIA – O Centrão declarou guerra ao ministro Fernando Haddad. Líderes do maior bloco parlamentar do país afirmam que “nunca concordaram” com as propostas apresentadas pelo governo para substituir a alta do IOF e prometem uma ofensiva no Congresso para rejeitar a medida provisória publicada na noite desta quarta-feira (11).

A revolta ganhou força após parlamentares descobrirem que foram “usados como figurantes” no anúncio de domingo (8), quando Haddad apareceu ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros líderes partidários para apresentar o pacote.

💣 “Não há compromisso algum”

No dia seguinte ao anúncio, Hugo Motta já sinalizava o mal-estar: disse publicamente que não havia compromisso de aprovação do pacote. Era o primeiro sinal de que a costura política havia fracassado.

A tensão explodiu nesta quarta, quando a federação União-PP – que soma 109 deputados e 14 senadores – anunciou formalmente que rejeitará qualquer proposta de aumento de impostos.

“Taxar, taxar, taxar não pode e nunca será a saída. É preciso cortar as despesas. Imposto demais é veneno, não remédio”

Antônio Rueda, presidente do União Brasil

🎯 Os pontos de maior revolta

Os parlamentares miram especialmente em duas medidas consideradas tóxicas:

1. Taxação de LCI e LCA – Títulos hoje isentos de IR passariam a pagar 5% 2. Aumento da CSLL para fintechs – Pequenas empresas financeiras perderiam competitividade frente aos bancos

Até mesmo a taxação das bets – que subiu de 12% para 18% e era vista como consensual – enfrenta resistência. Parlamentares alertam que a medida pode expulsar do país empresas que operam legalmente.

🔴 “Cadê o corte de gastos?”

A principal crítica do Centrão, porém, mira na ausência total de medidas de corte de gastos no pacote. Líderes argumentam que o governo joga toda a responsabilidade política sobre o Congresso.

“Embora tenhamos que dar a palavra final, propostas impopulares como essas devem ser apresentadas pelo governo. O desgaste não pode ficar só com o Legislativo“, reclama um líder experiente, que pediu anonimato.

⚡ O fator emendas parlamentares

Por trás da revolta fiscal, cresce outro foco de tensão: as emendas parlamentares. Até governistas admitem que a MP só pode tramitar quando o clima melhorar nessa frente.

Os problemas se acumulam:

  • Atraso no pagamento: Governo ainda não começou a pagar emendas de 2025
  • Pressão dos prefeitos: Parlamentares cobrados por recursos que não chegam
  • “Emendas paralelas”: R$ 8,5 bilhões em repasses questionados pelo STF

O ministro Flávio Dino irritou ainda mais o Congresso ao pedir esclarecimentos sobre esses R$ 8,5 bilhões em “emendas paralelas” – recursos disfarçados como despesas do Executivo, mas usados em acordos políticos.

🥊 PT tenta contra-atacar

O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), saiu em defesa das medidas, classificando-as como “ajustes para justiça tributária”.

“Quando toca em setores específicos, há uma reação como se ninguém quisesse dar a sua contribuição. Nós refutamos qualquer discurso de ‘gastança’, de descalabro fiscal”

Mas o discurso petista soa isolado diante da articulação crescente da oposição e do próprio Centrão.

📊 Disputa pela LDO

O mal-estar já contamina outras negociações. O Centrão agora questiona o acordo feito no ano passado para que o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) seja o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025.

Parlamentares argumentam que isso daria “poder demais ao governo” sobre as regras de execução das emendas e defendem que a relatoria fique com o próprio grupo.

⏰ Prazo apertado

Com 120 dias para tramitar no Congresso, a MP enfrenta um cenário político explosivo. O governo Lula precisará de uma articulação política muito mais robusta se quiser evitar uma derrota humilhante que pode comprometer todo o ajuste fiscal.

A pergunta que fica: Haddad conseguirá reverter a rejeição do Centrão ou assistirá sua MP naufragar no Congresso?

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