🔥 Sem “vale-peru” e sem reajuste, funcionários dos Correios ameaçam greve nacional

A crise histórica dos Correios ganhou um novo capítulo: sem acordo com a direção da estatal, funcionários ameaçam deflagrar uma greve nacional na próxima terça-feira (16). A categoria cobra reajuste salarial pela inflação e a manutenção do tradicional benefício de fim de ano, o “vale-peru”, que não será pago em 2025.
O “vale-peru” é um bônus de R$ 2.500 repassado a cada um dos 80 mil empregados da empresa. No ano passado, o benefício custou cerca de R$ 200 milhões — valor incompatível com o atual rombo financeiro da estatal, que acumula R$ 6,1 bilhões de prejuízo em 2025.
Durante reunião no TST nesta quinta (11), a direção dos Correios propôs apenas prorrogar o Acordo Coletivo de Trabalho até fevereiro de 2026, sem contemplar nenhum dos pedidos dos trabalhadores: nem reajuste pela inflação, nem aumento no vale-refeição.

Para os sindicatos, a resposta foi vista como um desrespeito.
“É inconcebível que os trabalhadores paguem pela crise criada por administrações desastrosas”, afirmou Marcos Sant’aguida, presidente do Sintec-RJ. Representantes da categoria se reúnem com seus departamentos jurídicos nos próximos dias para definir a estratégia que levarão à assembleia de terça.
A ameaça de paralisação ocorre no momento em que os Correios tentam fechar um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro Nacional para tentar estancar a crise. O aporte faz parte do plano de reestruturação, que também prevê cortes de jornada, ajustes no plano de saúde, demissões e um PDV ampliado.
Enquanto isso, críticas ao governo e à atual gestão se acumulam no Congresso, no mercado e dentro da própria estatal, que coleciona déficits sucessivos, licitações suspensas e reclamações de servidores sobre deterioração das condições de trabalho.
A assembleia da próxima terça deve ser decisiva para definir se o Brasil enfrentará ou não uma greve nacional em plena alta temporada de envios.