🔥 Vereadores de Oposição Reagem à Recomendação do MPPE: “Tentativa de Censura”; Eduardo Moura Apresenta Requerimento

Após recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que limita a atuação de vereadores em fiscalizações em unidades de saúde do Recife, a oposição na Câmara Municipal reagiu com duras críticas e reforçou que continuará com as visitas, consideradas essenciais para expor problemas na gestão João Campos (PSB).

O estopim foi uma recomendação do MPPE que restringe visitas individuais de parlamentares a repartições públicas municipais, exigindo autorização prévia e impedindo filmagens sem consentimento. Para a oposição, a medida busca limitar o papel constitucional de fiscalização dos vereadores e seria uma forma de “blindar” a gestão.

🔎 “Coisa de ditador”

Em discurso no plenário, o vereador Thiago Medina (PL) classificou a recomendação como “coisa de ditador” e acusou a Prefeitura de tentar “esconder do povo os podres da gestão”. Já o vereador Eduardo Moura (Novo), alvo central da polêmica, apresentou um requerimento formal solicitando o reconhecimento da legitimidade de fiscalizações individuais pelos parlamentares.

📜 Carta em defesa da fiscalização

Na manhã desta quarta-feira (9), os vereadores de oposição divulgaram uma carta conjunta reafirmando a importância das visitas surpresas:

“A visita in loco e sem aviso prévio garante a verificação fiel das condições reais dos serviços públicos. Seguiremos exercendo nosso dever com responsabilidade, ouvindo a população e denunciando o que for necessário para garantir saúde pública digna”, diz o texto.

Assinam a carta:

  • Felipe Alecrim (Novo) – Líder da Oposição
  • Davi Muniz (PSD) – Vice-líder
  • Gilson Filho (PL) – Vice-líder
  • Eduardo Moura (Novo)
  • Thiago Medina (PL)
  • Alef Collins (PP)
  • Fred Ferreira (PL)
  • Paulo Muniz (PL)

⚠️ Impedimento em unidade de saúde

Mesmo após a recomendação, o vereador Gilson Filho fiscalizou uma unidade hospitalar na última terça (8), mas afirmou ter sido impedido de entrar por um procurador e uma funcionária da Secretaria de Saúde. Ele acusou a gestão de João Campos de “priorizar esconder a realidade”.

📌 O que diz a recomendação do MPPE

Assinada pelas promotoras Helena Capela e Selma Barreto, a recomendação do MPPE exige que as visitas obedeçam a regras como:

  • Comunicação formal antecipada
  • Uso obrigatório de EPIs
  • Proibição de filmagens sem consentimento
  • Restrição a áreas médicas sem liberação prévia
  • Proibição de escolta policial a parlamentares

Segundo o MP, apenas comissões da Câmara podem solicitar auditorias formais ao TCE — e não vereadores individualmente.

📚 Entenda o caso

A recomendação tem origem em uma denúncia do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PE), após uma visita transmitida ao vivo pelo vereador Eduardo Moura à Policlínica Barros Lima, em 16 de março. Ele denunciou falta de médicos e problemas de infraestrutura.

A ação gerou reações de entidades de classe como o Simepe e o Sindicato dos Enfermeiros (SEEPE), que acusaram o vereador de assédio moral, invasão de privacidade e exposição indevida de servidores e pacientes.

🗣 Audiência e debate público

Em resposta à polêmica, a Câmara realizou, em 24 de março, uma audiência pública para discutir os limites da fiscalização parlamentar. O debate reuniu representantes do MP, OAB, Cremepe, Coren e sindicatos.

A presidente do SEEPE, Ludmilla Outtes, afirmou:

“Nenhuma entidade é contra a fiscalização, mas ela precisa respeitar os direitos dos trabalhadores”.

📞 O outro lado

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura do Recife para posicionamento. Caso haja resposta, esta matéria será atualizada.

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