🔴 Bolsonaro é preso por ordem de Alexandre de Moraes; PF aponta risco à ordem pública

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (…)* em Brasília, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar sua prisão preventiva a pedido da Polícia Federal (PF). Ele foi levado para a Superintendência da PF, onde permanece em uma sala especial destinada a ex-presidentes e altas autoridades.
A prisão não é o início do cumprimento da pena pelos 27 anos e 3 meses a que Bolsonaro já foi condenado pela Primeira Turma do STF pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Trata-se de uma medida cautelar, motivada — segundo a PF — por risco à ordem pública e pelo descumprimento de medidas judiciais.
Moraes determinou que o mandado fosse cumprido sem algemas e sem exposição midiática.
🔎 Por que a prisão foi decretada
A PF alegou que Bolsonaro violou restrições impostas enquanto cumpria prisão domiciliar, especialmente após participar — mesmo proibido — de eventos e manifestações transmitidas em redes sociais. A corporação avaliou que novos atos convocados por aliados poderiam gerar riscos a policiais e participantes.
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde agosto por descumprimento de medidas cautelares em outro inquérito sobre tentativa de obstrução de Justiça envolvendo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
Vídeo de Flávio Bolsonaro teria provocado pedido de prisão
NOTA OPOSIÇÃO
Acabamos de receber, com profunda indignação e enorme tristeza, a notícia da prisão do presidente Jair Bolsonaro. É impossível descrever o que sentimos neste momento: revolta, perplexidade e um senso de injustiça que ultrapassa qualquer limite aceitável dentro de um Estado de Direito. Trata-se de mais um capítulo na escalada de arbítrio conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes — uma decisão que afronta a Constituição, a lógica jurídica e a própria humanidade.
Prender um ex-chefe de Estado que jamais cometeu crime algum, que sempre se colocou à disposição das autoridades, e que hoje enfrenta um quadro de saúde gravíssimo, é simplesmente abominável. Bolsonaro sofre as sequelas permanentes da facada que quase o matou — sequelas que se agravaram recentemente, com cirurgias delicadas, crises de soluço, episódios de vômito e limitações físicas severas. Submeter um ser humano nessas condições a um regime fechado não é apenas injusto: é desumano. Se algo acontecer ao presidente sob a custódia do Estado, essa responsabilidade será direta, objetiva e inesquecível.
Nós, da oposição, estamos nos deslocando imediatamente a Brasília — eu incluso — para acompanhar de perto este momento sombrio e para prestar todo o apoio possível ao presidente Bolsonaro e à sua família. Não ficaremos calados. Não aceitaremos que o Brasil seja transformado em um país onde a vingança política suplanta a lei, onde decisões monocráticas se sobrepõem às garantias constitucionais, e onde opositores são tratados como inimigos.
O que fizeram hoje com Bolsonaro é um ataque direto à democracia, à alternância de poder e à própria civilização. Mas deixamos aqui um compromisso inabalável: vamos resistir. Permaneceremos unidos, firmes e vigilantes. O legado do presidente Bolsonaro — sua coragem, sua força e sua liderança — permanece vivo em milhões de brasileiros, e em todos nós que fazemos oposição.
Nós não vamos desistir. Nunca.
Deputado Federal Zucco (PL-RS) – Líder da Oposição na Câmara dos Deputados
⚖️ Condenação por tentativa de golpe
Em setembro, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro pelos crimes de:
- tentativa de golpe de Estado
- abolição violenta do Estado Democrático
- organização criminosa
- dano qualificado ao patrimônio da União
- deterioração de patrimônio tombado
O julgamento terminou por 4 votos a 1. Apenas o ministro Luiz Fux divergiu.
Segundo o STF, Bolsonaro foi o líder político e intelectual de um plano para impedir a posse do presidente Lula. Entre as provas citadas:
- a minuta golpista apresentada aos comandantes das Forças Armadas;
- depoimentos de ex-comandantes que confirmaram pressão para aderir ao plano;
- mensagens e documentos apreendidos pela PF;
- a delação do tenente-coronel Mauro Cid.
O plano — segundo a investigação — incluía medidas extremas, como a proposta de assassinato de autoridades, prevista no documento chamado “Punhal Verde e Amarelo”.
🛑 Defesa diz que não houve crime
A defesa de Bolsonaro afirma que:
- as conversas eram “hipóteses constitucionais”, como estado de defesa e de sítio;
- não houve tentativa real de golpe;
- o ex-presidente teria feito uma “desistência voluntária”;
- o julgamento teve contradições.
Todos os recursos foram rejeitados pelo STF. Agora, a defesa pode buscar uma revisão criminal, caso surjam novas provas.
📌 O que acontece agora
Com a prisão preventiva decretada, Bolsonaro permanece sob custódia da PF em Brasília. A medida pode ser revista a qualquer momento pelo STF, a depender:
- de novos pedidos da defesa,
- do andamento dos recursos da condenação,
- e das investigações em curso.
🟥 1. PF pediu a prisão preventiva por risco à ordem pública
Segundo a Polícia Federal, Bolsonaro representava risco concreto de inflamar manifestações e descumprir medidas judiciais.
🟦 2. Moraes ordenou prisão “sem algemas e sem exposição midiática”
O ministro determinou respeito à dignidade do ex-presidente e proibiu imagens da detenção.
🟨 3. Prisão NÃO é cumprimento de pena
A condenação de 27 anos e 3 meses ainda não transitou em julgado. A prisão é cautelar, não definitiva.
🟩 4. Condenação: Bolsonaro foi considerado líder da tentativa de golpe
O STF afirma que ele foi o mentor político e intelectual de um plano para impedir a posse de Lula, incluindo articulações com comandantes militares.
🟪 5. Minuta golpista é peça central da acusação
Documentos, mensagens e depoimentos apontam que Bolsonaro apresentou o decreto golpista às Forças Armadas.
🟧 6. Provas incluem a delação de Mauro Cid
O ex-ajudante de ordens detalhou reuniões, pressões e a elaboração de documentos antidemocráticos.
🟫 7. PF aponta interferência internacional
Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro teriam buscado apoio do governo Trump para coagir o STF e influenciar processos no Brasil.
🔵 8. Violação de cautelares levou à prisão domiciliar antes da preventiva
Bolsonaro participou, por telefone, de atos transmitidos pelas redes sociais — o que era proibido.
🟣 9. Defesa fala em “atos preparatórios” e “desistência voluntária”
Mas o STF rejeitou a tese e considerou que houve início de execução do golpe.
🟤 10. Sala especial na PF
Bolsonaro está em uma “sala de Estado”, espaço reservado para ex-presidentes e autoridades.
📅 LINHA DO TEMPO DA CRISE QUE LEVOU À PRISÃO DE BOLSONARO
📌 2022 – Pós-eleição
- Bolsonaro perde a eleição para Lula.
- No Palácio da Alvorada, discute com comandantes alternativas à derrota, incluindo estado de defesa e de sítio.
- Minuta golpista é apresentada aos chefes das Forças Armadas.
📌 Novembro – Dezembro de 2022
- Mauro Cid envia áudios confirmando que o ex-presidente “enxugou” o decreto golpista.
- General Mario Fernandes afirma por mensagem: “O decreto é real, foi despachado ontem com o presidente”.
- Comandantes relatam pressão para aderir ao plano.
📌 8 de Janeiro de 2023
- Ataques às sedes dos Três Poderes, vistos pela PF como parte do ambiente criado pelos discursos antidemocráticos do ex-presidente.
📌 Março – Julho de 2023
- STF abre novas frentes de investigação.
- Surgem documentos como o “Punhal Verde e Amarelo”, prevendo ações violentas contra autoridades.
📌 Julho de 2024
- Moraes impõe tornozeleira, proíbe uso de redes sociais e conversas com Eduardo Bolsonaro.
- Bolsonaro viola as ordens.
📌 Agosto de 2024
- Prisão domiciliar é decretada.
- PF aponta risco de fuga para os EUA e repetidas violações das cautelares.
📌 Setembro de 2025
- Primeira Turma do STF condena Bolsonaro a 27 anos e 3 meses.
- Defesa recorre — sem sucesso.
📌 15 de Novembro de 2025
- Eduardo Bolsonaro vira réu por coação contra o STF.
- PF identifica movimentações financeiras envolvendo pai e filho nos EUA.
📌 21 de Novembro de 2025
- PF informa risco de confrontos após convocação de vigília pró-Bolsonaro.
- Corporação pede prisão preventiva ao STF.
📌 22 de Novembro de 2025
- Moraes determina prisão preventiva:
- sem algemas
- sem exposição midiática
- por descumprir cautelares e representar risco à ordem pública
📌 22 de Novembro, 7h
- Bolsonaro é preso e levado para a Superintendência da PF em Brasília, onde permanece em sala especial.