🔴 Exclusivo: Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação e anuncia que vai pedir licença do mandato
Deputada foi sentenciada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ; local onde está permanece incerto, segundo defesa

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que deixou o Brasil e que pretende pedir licença do mandato parlamentar. A decisão ocorre poucos dias após a parlamentar ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli afirmou, durante uma live nas redes sociais, que está na Europa, onde buscou tratamento médico. “Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscando um tratamento médico que já realizava aqui. Agora, vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. A Constituição permite isso, como as pessoas viram no caso do Eduardo [Bolsonaro]”, disse a deputada.
Apesar da gravidade da situação, a defesa de Zambelli afirmou que não sabe informar seu paradeiro exato no continente europeu.
Condenação e possível perda de mandato
A sentença foi proferida em 18 de maio pela 1ª Turma do STF, que determinou não apenas a pena de prisão, mas também a perda automática do mandato parlamentar, com base na Constituição. A decisão foi comunicada à Mesa Diretora da Câmara, que agora precisa deliberar sobre o cumprimento.
No entanto, líderes da Câmara argumentam que cabe ao plenário confirmar a cassação, o que pode abrir uma disputa jurídica e política dentro da Casa.
Isolamento e acolhimento político
Embora ainda tenha apoio da bancada do PL, Zambelli vive um momento de isolamento político. Nos bastidores, aliados de Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente considera a deputada “a principal culpada pelo fracasso eleitoral de 2022” — o que fragilizou sua posição dentro da direita bolsonarista.
Mesmo assim, ela deve ser acolhida pela legenda durante o processo de tramitação de sua eventual cassação.
🔥 Carla Zambelli deixa o Brasil, critica STF e diz que vai “renascer das cinzas”
“Eles me ceifaram, mas quando acham que morri, é quando renasço das cinzas — como a fênix. Quando julgam que minha árvore da vida secou, é quando ela mais dará frutos”, declarou a deputada, em tom de enfrentamento. Segundo ela, os ministros do STF acreditaram que a perda do mandato seria suficiente para silenciá-la.
Condenação e críticas ao Supremo
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal em 18 de maio a dez anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A sentença incluiu ainda a perda automática do mandato, mas a cassação precisa ser formalmente aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados.
Ela afirmou que sua saída não configura fuga. “Não há mandado de prisão contra mim. Além disso, a cassação ainda precisa ser analisada pela Câmara, que pode votar pela sua rejeição”, disse.
A deputada ainda aproveitou para comparar sua situação com a do ex-deputado Daniel Silveira, preso desde 2023:
“Vale refletir: o que o Daniel tem conseguido fazer pelo país, preso e calado? Talvez, se estivesse fora, pudesse ter voz agora.”
“Livre das amarras”
Zambelli também declarou que, fora do Brasil e sem o peso do cargo, se sente mais livre para criticar abertamente o Supremo Tribunal Federal.
“Sem as amarras de um mandato, sem precisar me preocupar se minhas palavras vão ferir a vaidade de uma corte que perdeu seu poder constitucional, posso lutar ainda mais — por aquilo que é certo. Afinal, eles sentem prazer em causar dor, mas eu sinto força em resistir”, afirmou.
Ela ainda fez menção a Eduardo Bolsonaro, comparando a atuação do deputado nos Estados Unidos ao que pretende construir na Europa.
“O papel do Eduardo nos EUA é estratégico — e acredito que precisamos de uma articulação igualmente forte aqui na Europa.”
Situação indefinida
A defesa da deputada diz não saber informar com precisão onde ela está. A expectativa agora recai sobre a reação da Câmara e os próximos passos do Supremo caso a licença seja oficializada com Zambelli fora do país.