🔴 MPF PEDE NOVO INQUÉRITO PARA INVESTIGAR EX-NORA DE LULA EM ESQUEMA DE PROPINA DA EDUCAÇÃO

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nove pessoas por organização criminosa e lavagem de dinheiro na Operação Coffee Break, que apura um esquema de superfaturamento de livros e propina envolvendo prefeituras do interior de São Paulo. A ofensiva pode avançar ainda mais: o órgão pediu a abertura de um novo inquérito para investigar Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Lula (PT), e Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
Carla Ariane foi casada com Marcos Cláudio Lula da Silva, um dos filhos do presidente. Segundo o MPF, ela teria feito seis viagens a Brasília com despesas pagas por André Mariano, empresário apontado como líder do esquema e agora denunciado. O objetivo das viagens, segundo os procuradores, seria buscar apoio e financiamento federal para municípios envolvidos na fraude.
Kalil Bittar, por sua vez, é acusado de receber R$ 210 mil em uma espécie de “mesada” paga pelo mesmo empresário. Depósitos de R$ 15 mil teriam sido feitos a ele e à ex-esposa, Erika Lemos dos Santos, ao longo de 2023. A defesa nega irregularidades e afirma que Kalil apenas prestou serviços a Mariano.

🔎 Quem já foi denunciado
Entre os nove denunciados, estão empresários, doleiros e operadores financeiros que, segundo o MPF, criaram uma engrenagem sofisticada de lavagem de dinheiro por meio de contratos de livros escolares superfaturados. São eles:
- André Mariano — apontado como líder do esquema
- Abdalla Ahmad Fares, Eduardo Maculan e Claudia Terumi — núcleo de doleiros
- Gilberto Barreiro — operador financeiro
- Paulo Rogério da Silva — doleiro responsável por repasses em espécie
- João Raphael Kinack — intermediador entre Mariano e doleiros
- Marcilio Yamasita — dono de loja de vinhos usada para lavar dinheiro
- Paulo de Matos Júnior — responsável pela conversão de valores em criptomoedas
🔥 Rede de influência e propina
O MPF afirma que Mariano utilizava uma rede de “tráfico de influência” para encaixar sua empresa, a Life, em contratos irregulares com prefeituras. Em troca, pagava propina a operadores e a pessoas com entrada no governo federal.
Além de Carla e Kalil, o MPF pediu 24 novos inquéritos para investigar outros envolvidos — entre eles o lobista Magno Romero e o vice-prefeito de Hortolândia, Cafu Cesar (PSB), afastado do cargo.
🔔 O que dizem as defesas
- Defesa de Kalil Bittar: nega a existência de “mesada” e afirma que os pagamentos eram por serviços prestados.
- Defesa de André Mariano: diz que ele “não cometeu os crimes imputados” e que provará inocência na Justiça.
A denúncia será analisada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Se aceita, os investigados se tornam réus.TUDO O QUE SE SABE ATÉ AGORA SOBRE O CASO CARLA ARIANE, KALIL BITTAR E A OPERAÇÃO COFFEE BREAK
A Operação Coffee Break, deflagrada pela Polícia Federal, abriu um flanco explosivo no governo federal ao revelar um sofisticado esquema de superfaturamento na compra de livros e kits educacionais em prefeituras do interior de São Paulo — e que, segundo investigadores, fazia uso de influência política em Brasília.
Entre os alvos, aparecem nomes historicamente ligados ao entorno familiar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente, e Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luís, o Lulinha.
A seguir, veja o quadro completo do que já foi revelado.
🔎 1. As visitas da ex-nora ao Ministério da Educação
Documentos obtidos via Lei de Acesso à Informação registram que Carla Ariane entrou no Ministério da Educação em 12 de julho de 2024, às 12h, com destino ao gabinete do ministro Camilo Santana.
No campo “cargo/função”, aparece a anotação: “Presidente Lula” — apesar de Carla não possuir cargo público.
No mesmo horário, dois outros visitantes também aparecem registrados para a mesma sala:
- George Lima, ex-deputado estadual no Ceará;
- Fernando Moraes, secretário municipal de Educação de Hortolândia — que hoje é alvo da PF.
A visita não aparece na agenda oficial do ministro.
💰 2. O esquema de R$ 125 milhões: superfaturamento, propina e lavagem
A PF identificou um modelo estável e contínuo de fraude comandado pelo empresário André Mariano, dono da empresa Life Educação.
O esquema incluía:
- Contratos com valores até 35 vezes acima do preço real.
- Livros comprados por R$ 2,56 e revendidos a municípios por R$ 41,50.
- Em alguns casos, obras adquiridas por R$ 5 eram revendidas por R$ 80.
- Em Sumaré, Hortolândia, Limeira e Morungaba, a empresa recebeu R$ 86 milhões, com lucro estimado pela PF de R$ 50 milhões só em livros.
A investigação identificou ainda:
- 21 empresas suspeitas de serem de fachada;
- Lavagem de dinheiro usando doleiros e criptoativos;
- Pagamento de propina a servidores e políticos — entre eles o vice-prefeito de Hortolândia, Cafu César, acusado de receber R$ 2,4 milhões.
Os policiais cumpriram 44 mandados e prenderam preventivamente:
- André Mariano
- Cafu César
- Fernando Moraes (secretário de Educação)
- José Aparecido Marin (ex-secretário municipal de Sumaré, ainda foragido)
- Operadores financeiros ligados ao esquema e dois doleiros.
🟥 3. O papel da ex-nora de Lula e de Kalil Bittar
Carla Ariane Trindade
A PF diz que Carla:
- Fez pelo menos seis viagens a Brasília pagas por Mariano;
- “Usava o nome do presidente Lula” para abrir portas no MEC e no FNDE;
- É citada em mensagens como “amiga de Paulínia” e “nora”;
- Teria atuado para influenciar liberações de recursos para municípios contratantes.
Na casa dela, a PF apreendeu:
- Celular
- Computador
- Caderno com anotações
- Passaporte
O ex-marido, Marcos Cláudio, filho adotivo de Lula, estava presente durante a ação.
Kalil Bittar
Kalil, amigo de Lulinha e ex-sócio na Gamecorp, teria:
- Recebido mesada de R$ 210 mil de André Mariano;
- Ganhado um BMW do empresário;
- Intermediado contratos usando prestígio político e acesso a Brasília.
Ele é irmão de Fernando Bittar, proprietário formal do sítio de Atibaia, alvo da Lava Jato.
📚 4. A conexão MEC — FNDE — prefeituras
A PF afirma que o grupo buscava “prospecção de negócios” no MEC e no FNDE, órgão que movimenta bilhões em verbas educacionais.
Segundo os investigadores:
- Mariano participou de reuniões e agendas oficiais, após viagens pagas pela empresa;
- Servidores federais eram influenciados indiretamente por agentes externos;
- A “porta de entrada” eram políticos locais com trânsito em Brasília.
O relatório menciona um encontro marcado na Prefeitura de Sumaré horas depois de Mariano receber dinheiro vivo de doleiros.
🚨 5. Silêncio do governo federal
Nem o presidente Lula, nem o ministro da Educação, Camilo Santana, comentaram publicamente o caso.
O silêncio tem chamado atenção porque:
- Há pessoas próximas do núcleo familiar envolvidas;
- Há evidências de uso de influência política para liberar recursos;
- A entrada de Carla no MEC não aparece na agenda oficial do ministro.
⚖️ 6. Crimes investigados
Os envolvidos podem responder por:
- Corrupção passiva e ativa
- Peculato
- Fraude em licitação
- Lavagem de dinheiro
- Organização criminosa
- Tráfico de influência
- Falsidade documental
- Fraudes financeiras
🧭 CONCLUSÃO: UM ESCÂNDALO QUE PODE AVANÇAR PARA O PLANALTO
A operação, ainda em fase de coleta de provas, já expôs:
- Influência indevida no MEC;
- Enriquecimento repentino de empresários ligados a aliados do presidente;
- A presença de familiares do presidente Lula no fluxo das articulações;
- A omissão de agendas e viagens custeadas por investigados.
O caso está longe de acabar. O MPF já pediu:
- 25 novos inquéritos;
- Que Carla e Kalil também sejam investigados formalmente.
E tudo indica que a próxima fase da investigação será ainda mais dura.