🚨 Castro a Moraes: “Operação no Rio foi legal, proporcional e contra facção de guerra”
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), entregou nesta segunda-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório em que defende a legalidade da megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na última terça (28). O documento, encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, afirma que a ação “seguiu rigorosamente as determinações do STF”, fez uso “proporcional da força” e foi planejada para enfrentar uma facção “altamente armada e estruturada”.
A entrega do relatório ocorreu após uma reunião de mais de duas horas entre Moraes, Castro e autoridades da segurança fluminense, realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Rio. Moraes é relator da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que regula e monitora ações policiais em comunidades do estado.
Segundo o governo do Rio, a operação mobilizou 2.500 agentes — sendo 1.800 policiais militares e 650 civis — e foi resultado de um ano de investigações e 60 dias de planejamento tático. O principal alvo seria Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, apontado como líder do Comando Vermelho na Penha.
O relatório afirma que o confronto ocorreu em área de mata, estratégia pensada para evitar danos à população civil. “Não houve mortes de pessoas não pertencentes à organização criminosa”, sustenta o documento. Segundo o governo, os agentes atuaram com câmeras corporais, sob acompanhamento das corregedorias e do Ministério Público.

Retirada de corpos e perícia
O texto admite “dificuldades operacionais” para preservar o local dos confrontos. Moradores teriam retirado corpos da mata e levado para o Hospital Getúlio Vargas e para a Praça da Penha antes da chegada da perícia oficial. O Estado informou que todos os corpos passaram por exame pericial e que foi aberto um inquérito para apurar possível fraude processual relacionada à remoção das vestimentas de alguns suspeitos.
O governo também reforçou que a operação teve o objetivo de desarticular o comando estratégico da facção e impedir a expansão territorial do grupo para outras regiões.
“A ação foi técnica, planejada e necessária diante da ameaça representada por criminosos fortemente armados”, conclui o relatório.