🚨 Vazamento no topo: prefeito de Palmas é preso por receber informações sigilosas do STJ
Mensagens interceptadas mostram que José Eduardo Siqueira Campos era alertado com antecedência sobre pareceres e operações da PF

O prefeito de Palmas (TO), José Eduardo de Siqueira Campos (Podemos), foi preso na última sexta-feira (27.jun.2025) pela Polícia Federal, acusado de participar de um esquema de vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo a investigação, o prefeito recebia com antecedência dados sobre pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR), decisões judiciais e ações da Polícia Federal — violando protocolos de segurança institucional e favorecendo aliados políticos.
O caso, que também levou à prisão um advogado e um policial civil, é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), devido ao envolvimento de autoridades com foro privilegiado. Mensagens interceptadas pela PF mostram que o grupo mantinha comunicações curtas e cifradas, como:
“Oi, chefe. STJ andou tudo.”
“São 16 homens, 4 equipes da PF. Chegaram por terra.”
⚖️ Rede de vazamentos e ‘fonte em Brasília’
De acordo com a PF, o advogado Antônio Ianowich Filho fazia a ponte com o Judiciário, enquanto o policial Marco Augusto Velasco Albernaz acessava sistemas internos para monitorar investigações. As autoridades suspeitam que um servidor do gabinete de um ministro do STJ repassava documentos reservados.
O esquema operava havia pelo menos um ano e meio e tinha ramificações em Brasília, origem dos vazamentos, e em Palmas, onde as ações eram executadas.
Em uma das mensagens obtidas, um contato do prefeito avisava:
“Grandes chances de o governador ser afastado amanhã. Confirmado o parecer.”
Em outra, o prefeito perguntava:
“Você acha que vai ser amanhã de manhã?”
E ouvia como resposta:
“É uma fonte minha de Brasília. Disse que a decisão sai em horas.”
🧑⚖️ STF afasta prefeito e bloqueia passaportes
O ministro Cristiano Zanin, do STF, determinou a prisão dos três investigados, o afastamento do prefeito de suas funções e o bloqueio de passaportes. A decisão cita a “persistência delituosa” do grupo, que continuou acessando documentos sigilosos mesmo após operações anteriores da PF no Tocantins.
A identidade do suposto servidor do STJ envolvido ainda não foi revelada, nem a extensão total dos documentos vazados. A investigação segue sob sigilo no Supremo.
Em nota enviada ao programa Fantástico, da TV Globo, a defesa do prefeito disse que ele “confia no Poder Judiciário e tem certeza de que tudo será esclarecido”.
O policial civil negou participação e informou que vai recorrer da decisão. A defesa do advogado não foi localizada. O STJ afirmou que não comenta investigações em andamento no STF.