🚨 “Você não pode usar esse banheiro”: personal é humilhada em academia no Recife após ser confundida com mulher trans

Forte, musculosa e mulher. A personal trainer e fisiculturista Kely Moraes, de 45 anos, foi alvo de agressões verbais e constrangimento ilegal dentro de uma academia da rede Selfit, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na manhã da segunda-feira (26).

O motivo? Foi confundida com uma mulher trans e teve o acesso ao banheiro feminino barrado por uma aluna e por um homem, que também a insultaram na frente de outros alunos. Parte da cena foi filmada e o vídeo circula nas redes sociais.

“Ali não é banheiro pra homem”, disse a mulher agressora, segundo o relato de Kely.

A personal contou que caiu de moto no trajeto até a academia, entrou no banheiro feminino para se limpar, pois o pé estava sangrando, e ao sair foi surpreendida com os ataques. “Achei que fosse brincadeira. Ela parou no meio da escada e disse que eu não poderia usar o banheiro”, relatou.

Homem reforça agressão e diz que há “banheiro inclusivo”

Durante a confusão, um homem também tentou bloquear o acesso de Kely e repetiu que ela não deveria usar o banheiro feminino, sugerindo que utilizasse um “banheiro inclusivo”. A personal rebateu: “Eu sou o quê?”, ao que o homem respondeu: “Mulher inclusa”.

Em vídeo, uma aluna grávida defendeu Kely e gritou: “Ela é mulher! Mostra a sua identidade, Kely. Ele é ridículo!”

A vítima, visivelmente abalada, desabafou:

“Ela falou com tanta certeza o que eu era que, se eu não tivesse cabeça, eu mesma acreditava. E o pior: muita gente ao redor também acreditou e mandou eu me calar.”

Academia investiga; Polícia trata como crime

Kely registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Boa Viagem. A Polícia Civil de Pernambuco classificou o caso como constrangimento ilegal, vias de fato e ameaça. Um inquérito foi aberto.

A academia afirmou que abriu procedimento interno para apurar o caso. A CNN tentou contato com a unidade, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

Kely afirmou que irá acionar judicialmente os agressores, que não foram identificados até agora pela reportagem.

“Não preciso provar que sou mulher”

A personal relatou que já foi alvo de olhares preconceituosos por seu corpo, mas que esta foi a situação mais grave que enfrentou:

“Eu sou uma mulher. Estudei, trabalho, luto, conquistei meu espaço. Por que eu tenho que provar isso pra alguém? Por que eu não posso ir ao banheiro?”

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