🚹 “VocĂȘ vende pra caramba e sĂł manda isso?”: PM cobra mais propina de chefe do trĂĄfico no Rio

Traficante do AlemĂŁo reage a ameaça de operação: “Aprende a falar. TĂĄ falando com o Professor”

DO G1

Um relatĂłrio sigiloso da PolĂ­cia Federal, obtido pelo g1, revela um nĂ­vel inĂ©dito de promiscuidade entre oficiais da PolĂ­cia Militar do Rio de Janeiro e traficantes do Comando Vermelho. Em mensagens interceptadas durante a Operação Dakovo, que investiga a compra de armas no exterior, um PM reclama diretamente ao chefe do trĂĄfico do Complexo do AlemĂŁo sobre o “baixo valor” da propina paga semanalmente.

“VocĂȘ vende pra caramba, favela grande, e sĂł manda isso aĂ­?”, diz o policial, referindo-se a R$ 1.200 por semana, valor considerado insuficiente para manter a “paz” com a corporação. A resposta do traficante Ă© imediata e dura: “Aprende a falar. VocĂȘ tĂĄ falando com o Professor, mano. Aqui Ă© papo de homem”.

📞 Conversas diretas e pedidos de favor

Nas mensagens trocadas em 2022 e 2023, os investigadores identificaram o traficante Phillip GregĂłrio da Silva, conhecido como “Professor”, tratando com PMs sobre valores de propina e atĂ© sendo procurado para resolver roubo de carro a pedido de uma coronel da prĂłpria corporação.

No diálogo, um policial identificado como “Hulk” liga pedindo a devolução do carro de um político, roubado por criminosos ligados ao Comando Vermelho. O pedido teria partido de uma oficial da PM. O veículo foi devolvido e o traficante chegou a garantir: “Chave tá dentro do carro, tá tudo certo”.

📄 Facção teve acesso a documentos internos da PM

A PF tambĂ©m descobriu que o traficante teve acesso a um boletim interno da PolĂ­cia Militar com informaçÔes sigilosas: nomes, RGs e as novas lotaçÔes de PMs nas UPPs. A suspeita Ă© de que traficantes usavam os dados para monitorar movimentaçÔes e identificar policiais hostis aos interesses da facção.

🧹 Foragido desde 2018, Professor comanda Ă  distĂąncia

Apontado como um dos principais chefes do Comando Vermelho, Professor estĂĄ foragido desde 2018, apĂłs receber autorização judicial para visitar a famĂ­lia e nĂŁo retornar mais. Mesmo sem sair do AlemĂŁo, ele manteve contato constante com fornecedores de armas no Paraguai, BolĂ­via e ColĂŽmbia, segundo a PF.

🔎 Trechos das conversas interceptadas

PM: â€œVocĂȘ sabe quanto vocĂȘ manda pra gente lĂĄ? A gente nĂŁo tĂĄ acostumado com esse valor baixo, nĂŁo. VocĂȘ vende pra caramba, favela grande e sĂł manda isso aĂ­? R$ 1.200?”

Professor: â€œTĂĄ me ameaçando? Aqui Ă© papo de homem. Valor Ă© R$ 1.200. Se quiser aumentar o seu, tenho que aumentar de todo mundo. Aprende a falar.”

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