12 PRAIAS DE PERNAMBUCO ESTÃO IMPRÓPRIAS PARA BANHO: ESGOTO E ESGOTAMENTO URBANO ENTRE AS PRINCIPAIS CAUSAS

Um novo boletim divulgado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) mostra que 12 trechos do litoral pernambucano continuam impróprios para banho nesta semana. O relatório, referente ao período de 10 a 16 de outubro de 2025, confirma que a contaminação por coliformes fecais permanece alta em áreas próximas a centros urbanos, especialmente em Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Itamaracáinformativo-balneabilidade-41_2….

⚠️ ÁREAS CRÍTICAS

Entre os pontos considerados impróprios estão:

  • Praia do Pilar e Jaguaribe, em Itamaracá;
  • Praia do Capitão (Mangue Seco), em Igarassu;
  • Maria Farinha e Janga (Rua Cláudio S. Bastos), em Paulista;
  • Rio DoceCarmo e Milagres, em Olinda;
  • Pina, no Recife;
  • Barra de Jangadas, em Jaboatão dos Guararapes;
  • Suape, no Cabo de Santo Agostinho;
  • Ponta de Serrambi, em Ipojuca.

No total, 27 pontos foram analisados ao longo do litoral, e menos da metade atingiu os níveis ideais de balneabilidadeinformativo-balneabilidade-41_2….

💧 POR QUE ALGUMAS PRAIAS NUNCA MELHORAM

Especialistas da CPRH explicam que as áreas mais afetadas estão em regiões estuarinas e densamente povoadas, onde há escoamento superficial, descarte irregular de esgoto doméstico e drenagem urbana contaminada. Segundo a bióloga Andrea Xavier, responsável pelo laboratório da CPRH, “os pontos mais críticos sofrem influência direta das chuvas, da proximidade com rios e do despejo constante de matéria orgânica de origem fecal”.

O problema é agravado pelo baixo índice de saneamento básico: de acordo com a Compesa, apenas 37,5% da Região Metropolitana do Recife e 49,3% da capital possuem cobertura de esgotamento sanitário. Isso faz com que grande parte do esgoto produzido chegue in natura ao mar por meio de galerias pluviais e canais clandestinos.

O professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da USP, alerta que o contato com essas águas pode causar infecções gastrointestinais, de pele, ouvidos e olhos, além de afetar a vida marinha. “A matéria orgânica e os nutrientes presentes no esgoto alimentam o crescimento excessivo de algas, que consomem o oxigênio da água e provocam o desaparecimento de várias espécies”, explicou.

🧪 COMO É FEITO O MONITORAMENTO

As coletas seguem o método de Determinação do Número Mais Provável (NMP) de coliformes termotolerantes, com análises semanais em pontos fixos do litoral pernambucano. Uma praia é considerada própria quando 80% das amostrascontêm até 1.000 coliformes por 100 ml de água. Se o número ultrapassar esse limite, a área é classificada como imprópriainformativo-balneabilidade-41_2….

O monitoramento é essencial para orientar banhistas e subsidiar políticas públicas de saneamento. A CPRH recomenda evitar o banho nas áreas sinalizadas e aguardar 24 horas após chuvas intensas, quando o risco de contaminação aumenta.

🌊 UM PROBLEMA VISÍVEL (E INVISÍVEL)

Durante visita recente à Praia do Carmo, em Olinda, foram encontrados garrafas, plásticos, tecidos e até animais mortos. Mas o perigo maior é invisível: as bactérias e vírus que contaminam a água e ameaçam a saúde pública.

Enquanto o litoral segue como cartão-postal de Pernambuco, a poluição mostra que a beleza natural ainda convive com o descaso urbano e ambiental.

📍 Praias com bandeira vermelha e boletins atualizados podem ser consultados semanalmente no site: www.cprh.pe.gov.br.

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