🔴 CBF recua e Nike pode criar “camisa Frankenstein” para a Seleção a um ano da Copa
Com projeto de uniforme vermelho já em produção, fornecedora pode improvisar peça com base azul para evitar prejuízo milionário
O recuo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o lançamento de um segundo uniforme vermelho para a Seleção pode obrigar a Nike a improvisar uma solução inusitada — e até esquisita — a apenas um ano da Copa do Mundo de 2026.
A fornecedora de material esportivo já havia iniciado a produção da camisa vermelha, acordada com a CBF há cerca de um ano. O modelo inovador teria fundo vermelho e detalhes em preto, fugindo das cores tradicionais da Seleção. Mas, pressionada por críticas políticas e reações nas redes sociais, a entidade decidiu reafirmar o compromisso com seu estatuto, que prevê os uniformes oficiais nas cores amarelo (camisa 1) e azul (camisa 2).
Segundo apuração da coluna, a Nike ainda tenta salvar o projeto. Como o processo de fabricação de um uniforme da Seleção leva cerca de dois anos, grande parte dos insumos — tecidos, golas, punhos, bordados — já foi encomendada. O material chega de diferentes fornecedores e é montado posteriormente. Nesse estágio avançado, o prejuízo por abandonar o projeto original seria considerável.
Uma das alternativas em estudo é tingir o tecido originalmente previsto para ser vermelho em outra cor — provavelmente azul — mantendo o design da camisa, o que poderia gerar uma peça visualmente confusa ou esteticamente estranha. Internamente, o cenário já é chamado de “camisa Frankenstein”.
Bastidores políticos
A pressão para o recuo partiu não só das redes sociais, mas também de integrantes do governo Lula. Após a polêmica, ministros e parlamentares aliados procuraram a direção da CBF, ainda na terça-feira (29/4), para questionar a veracidade dos rumores sobre o uniforme vermelho.
Aliados do presidente da República afirmaram à coluna que o governo “não tem o menor interesse” em vincular a Seleção à cor vermelha — historicamente associada ao PT.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), criticou publicamente a ideia na segunda-feira (28/4):
“Qualquer cor diferente do verde, amarelo, branco e azul não se justifica. Além do mais, temos preocupações bem maiores com a Seleção, como garantir uma boa classificação para a Copa de 2026.”
Em nota oficial, divulgada na terça-feira, a CBF tentou conter a crise afirmando que os uniformes para o Mundial ainda não foram definidos e que qualquer decisão será tomada em conjunto com a Nike. A entidade também ressaltou que as imagens que circularam com o suposto novo modelo vermelho “não são oficiais”.