🚨 Promessa de emprego vira pesadelo: recifense é resgatada de rede internacional de exploração sexual em Mianmar

Jovem passou três meses trancada em hotel, forçada a fazer programas sexuais com clientes. Brasileiros e chineses foram presos; PF investiga aliciamento de outras mulheres.

Uma mulher recifense foi resgatada após passar três meses em cárcere privado em Mianmar, onde era forçada a se prostituir dentro de um hotel. O resgate aconteceu durante a Operação Double Key, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (6). A ação internacional mirou uma quadrilha especializada no tráfico de mulheres para exploração sexual.

Segundo a PF em Pernambuco, a jovem foi aliciada no Brasil com falsas promessas de emprego no exterior. Ao chegar ao destino, foi privada de liberdade e obrigada a manter relações sexuais com clientes, sob vigilância constante. Ela retornou ao Recife na noite de domingo (8), sem documentos, dinheiro ou qualquer posse.

“Ela voltou sem nenhum real. Chegou aqui sem nada”, afirmou o delegado Márcio Tenório, da PF em Pernambuco.

Prisões e investigações

Três pessoas foram presas em flagrante: dois chineses e uma mulher brasileira, residente em São Paulo, que seria a responsável por aliciar as vítimas. Os três foram autuados por tráfico internacional de pessoas e organização criminosa — crimes cujas penas somadas ultrapassam 20 anos de reclusão.

A mulher brasileira oferecia empregos fictícios em hotéis e cassinos na Ásia, prometendo salários em dólar e boa qualidade de vida. Ao desembarcarem, as vítimas tinham seus passaportes retidos e eram submetidas à exploração sexual em locais como o KK Park, complexo de cassinos situado na fronteira entre Mianmar e Tailândia — uma região conhecida por ser controlada por máfias e milícias armadas.

“É uma área com forte presença de forças paralelas. Muitos dos hotéis e cassinos são usados para explorar mulheres e cometer fraudes eletrônicas”, explicou o delegado.

Mais vítimas

Segundo a Polícia Federal, outras brasileiras estão sendo mantidas em condições semelhantes na Ásia. Celulares apreendidos com os suspeitos serão periciados para rastrear novas vítimas e conexões da quadrilha.

“Muitas dessas mulheres nem se veem como vítimas, o que torna o resgate ainda mais difícil”, lamentou Tenório.

A PF agora trabalha para localizar outras aliciadas e evitar que mais brasileiras caiam no golpe do “emprego dos sonhos” que termina em pesadelo.

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