FILHO DE LEWANDOWSKI ADVOGA PARA EMPRESA LIGADA AO PCC, INVESTIGADA POR FRAUDE BILIONÁRIA 🚨
COM INFORMAÇÕES DO METRÓPOLES
Enrique de Abreu Lewandowski, filho do ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski, aparece como advogado da Terra Nova Trading, empresa citada em investigações da Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Receita Federal por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A Terra Nova foi mencionada na Operação Carbono Oculto, que apura fraudes bilionárias no setor de combustíveis e lavagem de dinheiro do crime organizado. Segundo a PF, a empresa teria sido usada para gerar créditos tributários falsos e manipular preços em transações internas.

Documentos mostram Enrique Lewandowski atuando pela Terra Nova em processos cíveis e tributários no TRF-1 (2019) e no TJSP (2021). A defesa do advogado afirma que ele não atua em causas criminais e repudia qualquer tentativa de criminalizar o exercício da advocacia.
O MPSP aponta que a Terra Nova era usada por Mohamad Hussein Mourad, apontado como o “epicentro” do esquema fraudulento. Ele teria importado nafta com imposto reduzido para abastecer ilegalmente a produção de combustíveis.
A empresa, por sua vez, negou envolvimento em atividades ilegais e afirmou nunca ter recebido autos de infração.
O ministro Ricardo Lewandowski ainda não se manifestou.
Operação Carbono Oculto: a gigante Reag no centro de suspeitas de lavagem de dinheiro
Gestora que administra R$ 341,5 bilhões movimentou recursos suspeitos em esquema ligado ao PCC e ao Banco Master

A maior independente do país sob investigação
A Reag Investimentos, maior gestora independente do Brasil com R$ 341,5 bilhões sob administração, tornou-se o epicentro de uma das mais complexas investigações financeiras dos últimos anos. A Operação Carbono Oculto revelou suspeitas de que a empresa serviu como canal para lavagem de dinheiro de organizações criminosas, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Com atuação destacada em Fundos de Investimento em Participações (FIP), Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e multimercados, a Reag construiu um império financeiro que duplicou de tamanho em apenas dois anos. Agora, esse crescimento exponencial está sob escrutínio das autoridades.
O esquema com o Banco Master
Uma das descobertas mais intrigantes da investigação envolve a movimentação de mais de R$ 1,2 bilhão em títulos do Banco Master através de fundos geridos pela Reag. As transações ocorreram justamente no período em que o banco de Daniel Vorcaro enfrentava severas restrições do Banco Central para captação via CDBs.
Os fundos suspeitos
- Reag Growth 95: Chegou a deter R$ 1,28 bilhão em CDBs do Master em novembro de 2024
- Hans 25: Acumulou R$ 123 milhões em papéis do banco em outubro de 2024
Especialistas ouvidos pela reportagem consideram essas operações fora dos padrões de mercado. “Uma participação superior a 10% do patrimônio de um fundo em títulos de um banco que passa por dificuldade financeira é estranho”, avalia Alexandre Ripamonti, da ARPC Forensic.
O crescimento meteórico da Reag
Fundada há décadas, a Reag permaneceu nos bastidores do mercado financeiro até recentemente. Seu salto para o protagonismo aconteceu através de uma agressiva estratégia de aquisições:
Expansão acelerada (2023-2024)
- Rapier e Quadrante: Empresas de wealth management
- Quasar Asset e Empírica: Especialistas em crédito
- Berkana: Focada no agronegócio
- Naming rights: Cine Belas Artes, rebatizado para Reag Belas Artes
A polêmica entrada na Bolsa
Em 2024, a Reag ganhou notoriedade pública ao listar na B3 através de um controvertido IPO reverso envolvendo a GetNinjas. A operação gerou questionamentos da CVM sobre a real motivação por trás do aumento da participação acionária na empresa de serviços.
A autarquia chegou a negar um termo de compromisso da gestora que se propunha a pagar R$ 300 mil para encerrar a investigação, indicando que considera o caso mais grave do que inicialmente aparentava.
Conexões com o crime organizado
A investigação da Operação Carbono Oculto aponta que a Reag administrava o Location Fundo de Investimentos e Participações Multiestratégia, vinculado a Mohamad Hussein Mourad, executivo do antigo grupo Aster/Copape e suspeito de integrar organização criminosa ligada ao PCC.
O esquema revelado
Segundo a Receita Federal, os criminosos utilizavam produtos financeiros para:
- Blindagem patrimonial de recursos ilícitos
- Lavagem de dinheiro através de centenas de empresas
- Sonegação fiscal e adulteração de combustíveis
- Prejuízos bilionários aos consumidores e ao Estado
Riscos para investidores
As operações com títulos do Banco Master expunham os fundos da Reag a riscos consideráveis. Diferentemente dos CDBs com garantia do FGC (limitada a R$ 250 mil), os papéis adquiridos pelos fundos ficavam inteiramente descobertos em caso de liquidação do banco.
Numa eventual falência do Master – hipótese que chegou ao radar das autoridades em 2024 – as perdas para os fundos seriam bilionárias, afetando diretamente os cotistas que confiaram seus recursos à gestora.
A defesa da Reag
Em comunicado oficial, a Reag afirmou que “agiu de forma regular e diligente” nos fundos investigados e disse estar colaborando integralmente com as autoridades. A empresa mantém que permanece “em estrita conformidade com as normas e exigências da lei e dos reguladores do sistema financeiro.”
O Banco Master, por sua vez, classificou a Reag como apenas “uma entre outras entidades financeiras” que prestam serviços ao banco, negando qualquer tratamento diferenciado.
Implicações para o mercado
A investigação da Reag levanta questões fundamentais sobre a supervisão do mercado financeiro brasileiro:
Pontos de atenção
- Concentração de risco: Grandes volumes em poucos ativos
- Due diligence: Verificação da origem dos recursos
- Transparência: Clareza sobre estratégias de investimento
- Supervisão regulatória: Efetividade do controle estatal
O que vem pela frente
Com a Operação Carbono Oculto ainda em andamento, novos desdobramentos são esperados. A CVM mantém investigações abertas sobre as operações da gestora, enquanto a Receita Federal aprofunda a análise dos fluxos financeiros suspeitos.
Para o mercado, o caso da Reag representa um marco na discussão sobre compliance e governança no setor de gestão de recursos. A resolução dessas questões será determinante para a credibilidade de todo o sistema financeiro nacional.
As investigações seguem em curso, com a Reag negando irregularidades e se comprometendo a colaborar com as autoridades competentes.