JUSTIÇA GARANTE SILICONE A MULHER TRANS

Após negativas do convênio e meses de peregrinação médica, Leona Catalina obteve decisão judicial e colocou próteses em 31 de outubro; “me reconheço no espelho”, diz.

NO G1

A supervisora de vendas Leona Catalina, mulher trans, venceu uma batalha que levou quase dois anoscinco cirurgiõese uma ação judicial: ela conseguiu na Justiça o direito de realizar a cirurgia de prótese mamária pelo plano de saúde. O procedimento foi feito em 31 de outubro, no Recife, e marca, segundo Leona, o início de uma nova fase.
“O espelho agora é meu melhor amigo. Olho e digo: ‘essa sou eu’. Estou cada vez mais perto da mulher que sei que sou”, contou ao g1.

Leona é credenciada ao Hapvida e conheceu casos semelhantes pelo perfil “Bicha da Justiça”, no Instagram, que divulga orientações jurídicas para a população LGBTQIA+. Animada com relatos de autorizações em outros estados, ela iniciou consultas, exames e reuniu laudos de endocrinologia, psicologia e psiquiatria.
Mesmo com carências cumpridas, o plano negou o pedido — segundo ela, sem justificativa. A defesa do convênio alegou “questão estética”. Leona recorreu à Justiça, que determinou a autorização do procedimento.

O caminho até a sala cirúrgica foi cheio de percalços: agendas cheias, descredenciamentos de profissionais e prazos adicionais informados durante as consultas. Na reta final, o plano ainda tentou reverter a decisão, afirma Leona, mas a cirurgia foi mantida.
Ela foi operada na unidade Ariano Suassuna, no Derby, e elogiou o atendimento: “Fui muito bem tratada do início à alta.”

Agora em recuperação, Leona diz que a conquista é também um gesto de afirmação e autoestima: “Com o corpo em harmonia, posso usar roupas que estavam guardadas há anos. Vou respeitar a recuperação e, depois, estrear meus vestidos e um biquíni ‘cortininha’.”

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