Lojas Americanas registram prejuízo de R$ 2,27 bilhões em 2023

Americanas Registra Prejuízo de R$ 2,27 Bilhões em 2023

A Americanas anunciou um prejuízo de R$ 2,27 bilhões em 2023, segundo balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira (14). Este valor representa um aumento de 82,8% em relação ao déficit de R$ 13,2 bilhões registrado em 2022 (em valores atualizados).

Este é o primeiro balanço completo divulgado pela empresa após descobrir, em janeiro do ano passado, uma fraude bilionária em suas demonstrações financeiras, que resultou em um processo de recuperação judicial.

A companhia informou que os eventos recentes impactaram significativamente seus resultados, com uma queda substancial na receita e registro de prejuízos históricos. O relatório revelou que a receita líquida da Americanas foi de R$ 14,9 bilhões em 2023, uma redução de 42,1% em comparação aos R$ 25,8 bilhões de 2022.

O documento detalha que o resultado de 2023 foi severamente afetado pela crise operacional e pela redução das receitas, incluindo custos adicionais relacionados à investigação e recuperação judicial, embora tenha sido parcialmente compensado por impactos tributários.

A Americanas solicitou recuperação judicial em janeiro de 2023 na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O plano de recuperação foi aprovado pelos credores apenas em 19 de dezembro, com o apoio de mais de 90% dos votantes.

Além dos resultados anuais, a empresa divulgou os números do primeiro semestre de 2024, com prejuízo de R$ 1,4 bilhão, uma redução de 55,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando os prejuízos foram de R$ 3,2 bilhões.

Desempenho dos Canais Digitais e Lojas Físicas

Em 2023, o volume bruto de mercadorias (GMV) da Americanas caiu para R$ 22,8 bilhões, uma diminuição de 45,9% em relação ao ano anterior. A redução foi atribuída principalmente às perdas de 75,7% nas vendas de sua plataforma digital, que totalizou R$ 6,02 bilhões no ano passado, comparado a R$ 24,7 bilhões em 2022. A empresa explicou que essa queda é resultado de uma estratégia para diminuir as vendas próprias e transferir categorias relevantes para o marketplace, visando melhorar a rentabilidade.

Em contrapartida, as lojas físicas mostraram resiliência, alcançando R$ 14,1 bilhões em 2023, representando mais de 60% do GMV total. O volume bruto de mercadorias das lojas físicas teve uma pequena retração de 2,3% em relação ao ano anterior. A empresa destacou que a performance das lojas físicas melhorou progressivamente a partir do segundo trimestre de 2023, após restabelecer relações com fornecedores e estabilizar o abastecimento.

Ebitda, Endividamento e Patrimônio Líquido

O Ebitda ajustado da Americanas foi negativo em R$ 2,4 bilhões em 2023, uma melhora de 26,2% em relação aos R$ 3,2 bilhões negativos registrados em 2022. Esses valores excluem despesas relacionadas à recuperação judicial, investigação, deterioração de ativos e revisão de estimativas de contingências.

O endividamento bruto da empresa aumentou para R$ 39,4 bilhões em 2023, uma alta de 5,6% em relação aos R$ 37,3 bilhões do ano anterior. O patrimônio líquido da Americanas foi negativo em R$ 28,8 bilhões, uma deterioração de R$ 2,1 bilhões em relação ao final de 2022.

Resultados do Primeiro Semestre de 2024

No primeiro semestre de 2024, a Americanas registrou prejuízo de R$ 1,4 bilhão, uma melhora de 55,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando o prejuízo foi de R$ 3,2 bilhões. A empresa atribuiu essa melhoria à continuidade das operações de lojas e à implementação de mudanças emergenciais ao longo de 2023.

A receita líquida da companhia foi de R$ 6,8 bilhões no primeiro semestre de 2024, uma queda de 2,6% em relação aos R$ 7,03 bilhões do mesmo período de 2023. Apesar da redução do número de lojas e eliminação de produtos de alto valor, a empresa observou crescimento no varejo físico e expansão da margem bruta.

O volume bruto de mercadorias (GMV) no primeiro semestre foi de R$ 10,06 bilhões, uma redução de 9% em comparação aos R$ 11,05 bilhões do ano anterior. O varejo físico contribuiu com R$ 7,2 bilhões, representando um crescimento de 15,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o varejo digital caiu para R$ 1,6 bilhão, uma retração de 55,3%, alinhada com a estratégia de posicionar esse canal como complemento da jornada de compra do cliente.

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