Polícia conclui 3 de 4 inquéritos do Massacre de Camaragibe

Quase um ano após chacina em Camaragibe, PMs são acusados de assassinatos e tortura

A Polícia Civil de Pernambuco concluiu três dos quatro inquéritos sobre a chacina de Camaragibe, ocorrida em setembro de 2023, que resultou em nove mortes. Doze policiais militares são réus no caso, sendo cinco deles presos. As denúncias incluem crimes de assassinato e tortura.

Os crimes começaram após o vigilante Alex da Silva Barbosa matar dois PMs em Tabatinga. Em resposta, parentes de Alex foram executados por policiais. Entre as vítimas estão três irmãos, a mãe e a esposa de Alex, além de uma jovem grávida que foi atingida no confronto inicial e morreu um mês depois. O próprio Alex foi morto em uma emboscada policial.

Segundo o delegado Ivaldo Pereira, os PMs agiram de forma desproporcional e premeditaram os homicídios, com provas da organização dos crimes, incluindo uso de veículos e vestimentas específicos.

Inquéritos detalhados

Foram abertos quatro inquéritos:

  1. A morte dos policiais Eduardo Roque e Rodolfo José, e da jovem Ana Letícia, usada como escudo por Alex.
  2. A execução dos irmãos de Alex, Ágata Ayanne, Amerson Juliano e Apuynã Lucas, transmitida ao vivo.
  3. O assassinato da mãe e esposa de Alex, cujos corpos foram encontrados em Paudalho.
  4. A morte de Alex da Silva Barbosa, em confronto com a polícia.

O inquérito referente à morte da mãe e da esposa de Alex ainda está em fase de conclusão.

Investigação aponta tortura e execução

De acordo com as investigações, após a morte dos dois PMs, policiais torturaram familiares de Alex em busca de seu paradeiro. Os três irmãos foram atraídos para uma emboscada e mortos. A esposa de um dos irmãos também foi torturada na presença das filhas. A mãe e a esposa de Alex foram encontradas mortas em um canavial no dia seguinte.

O delegado ainda constatou que, embora Alex tenha matado os dois PMs, não há indícios de envolvimento da família dele nos crimes, o que torna as execuções ainda mais desproporcionais.

Cinco PMs presos, sete em liberdade

Cinco policiais estão presos preventivamente, acusados de participação nas execuções dos irmãos de Alex. São eles: Paulo Henrique Ferreira Dias, Dorival Alves Cabral Filho, Leilane Barbosa Albuquerque, Fábio Júnior de Oliveira Borba e Emanuel de Souza Rocha Júnior. Outros sete réus estão em liberdade, afastados de suas funções e cumprindo medidas cautelares.

A investigação ainda está em andamento, aguardando a conclusão do último inquérito.

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