Secretário de Educação de Pernambuco deixa cargo após seis meses; gestão enfrenta críticas e incertezas

O Governo de Pernambuco anunciou nesta quinta-feira (9) a saída de Alexandre Schneider do comando da Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE-PE). Segundo nota oficial, Schneider deixará o cargo para se aproximar da família, que reside em São Paulo. O secretário-executivo Gilson Filho assumirá interinamente a pasta.

A governadora Raquel Lyra destacou as contribuições de Schneider durante sua gestão, como o avanço na licitação para construção de creches, a ampliação de escolas em tempo integral, a inclusão de tênis no fardamento escolar e a nomeação de mais de 5 mil servidores. “Agradeço pelo compromisso e empenho com o serviço público. Desejo sucesso nos novos caminhos”, afirmou Lyra.

Schneider, em sua carta de exoneração, mencionou a dificuldade de conciliar o trabalho com a distância da família. “Há valores que são inegociáveis para mim, pessoal e profissionalmente. Sinto que é hora de voltar a São Paulo, agora que os projetos da secretaria foram destravados”, declarou.

Avanços citados na gestão
Durante seu período de gestão, Schneider apontou como conquistas a redução do abandono e da reprovação escolar, melhorias na conectividade das escolas, aquisição de mais de mil ônibus escolares e o redesenho do programa Investe Escola. Ele também destacou a georreferenciação das matrículas escolares, a nova licitação para manutenção das escolas e a antecipação da meta de climatização de todas as unidades de ensino, com previsão de conclusão até o final de 2025.

“Estamos próximos de concretizar a reforma do Liceu, resgatando um importante patrimônio cultural e educacional de Pernambuco. Deixo a secretaria com a sensação de dever cumprido”, concluiu Schneider.

Mudanças recorrentes na educação
Esta é a segunda mudança no comando da SEE-PE em menos de um ano. Schneider assumiu a pasta em julho de 2024, substituindo Ivaneide Dantas, que deixou o cargo a pedido próprio. À época, a governadora ressaltou a experiência de Schneider, ex-secretário de Educação de São Paulo, para liderar o programa educacional “Juntos pela Educação”.

Críticas na Assembleia Legislativa
A saída de Schneider gerou preocupações na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O deputado Waldemar Borges (PSB), presidente da Comissão de Educação e Cultura, classificou a mudança como um “risco enorme de retrocesso” para a educação pública do estado.

“Essa mudança tão repentina prejudica a consolidação de qualquer trabalho de longo prazo. O governo já está na metade do mandato e segue sem acertar o passo em uma das áreas mais estratégicas para o futuro de Pernambuco. É uma demonstração de total falta de planejamento e organização”, criticou Borges.

O parlamentar também alertou para o impacto das mudanças na continuidade de políticas públicas educacionais. “O que já vinha andando devagar agora corre o risco de parar por completo. É lamentável que uma área tão essencial esteja sendo desmantelada”, finalizou.

Futuro incerto
Com a saída de Schneider e a gestão interina de Gilson Filho, o futuro da educação em Pernambuco se torna ainda mais desafiador. Especialistas e parlamentares destacam a necessidade de estabilidade e planejamento estratégico para que avanços conquistados ao longo dos anos não sejam comprometidos.

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