Mulher contrai raiva humana após mordida de sagui; caso é o primeiro confirmado em Pernambuco em oito anos

Pernambuco registrou seu primeiro caso de raiva humana em oito anos. A paciente, uma mulher de 56 anos, foi mordida por um sagui em 28 de novembro de 2024 e teve a contaminação confirmada em 8 de janeiro de 2025, após exame realizado pelo Instituto Pasteur. O caso foi anunciado nesta quinta-feira (9) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

A mulher está internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife, e apresenta quadro grave. Segundo a Universidade de Pernambuco (UPE), responsável pela unidade, ela está intubada, sob sedação profunda, com insuficiência respiratória e sintomas neurológicos graves.

De acordo com a SES, a paciente procurou atendimento médico logo após o ataque e foi orientada a seguir o esquema de profilaxia com vacina e soro antirrábico, mas não retornou para completar o tratamento. O agravamento dos sintomas levou à internação no início de dezembro.

Queimadas podem ter motivado o ataque

Segundo Eduardo Bezerra, diretor de Vigilância Ambiental do estado, o incidente ocorreu em uma área de ocupação recente, próxima a uma mata onde houve queimadas. “Queimadas nas imediações podem ter levado o animal a migrar para áreas urbanas. É preciso muito cuidado com animais silvestres, como o sagui, que, apesar de parecer inofensivo, pode transmitir doenças graves”, alertou.

Alta taxa de letalidade e histórico da doença

A raiva humana, causada pelo vírus Lyssavirus, tem taxa de letalidade de 100% nos casos não tratados. A doença é transmitida pela saliva de mamíferos infectados, como cães, gatos, morcegos, e primatas não humanos. Entre 2010 e 2024, o Brasil registrou 48 casos, seis deles causados por mordidas de primatas.

Apesar da gravidade, um caso de cura foi registrado em Pernambuco em 2009, quando um adolescente de 16 anos sobreviveu após ser tratado no mesmo Huoc.

Prevenção é essencial

A principal forma de prevenção contra a raiva é a vacinação, tanto em animais de estimação quanto em humanos que foram expostos a possíveis transmissores. Em caso de mordidas ou arranhões de animais silvestres, a orientação é procurar imediatamente atendimento médico para profilaxia.

Campanhas anuais de vacinação antirrábica para cães e gatos são realizadas pelo governo como medida preventiva. A imunização dos animais domésticos é essencial para interromper a cadeia de transmissão do vírus para humanos.

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