MP denuncia seis envolvidos em confrontos entre torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz no Recife
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou seis homens envolvidos nos confrontos entre torcidas organizadas do Sport e do Santa Cruz, ocorridos no último dia 1º de fevereiro, no Recife. Os episódios de violência foram registrados no bairro da Torre, na Zona Oeste da capital, e resultaram em pelo menos 12 pessoas feridas, além de diversos estabelecimentos comerciais depredados.
No dia do confronto, 14 pessoas foram detidas por atos de violência nos bairros da Iputinga, Torre e Madalena. Além disso, outras três foram presas no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, portando explosivos.
A denúncia do MPPE, formalizada nesta quinta-feira (20), foi apresentada pela 30ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital. Os acusados responderão por crimes como promoção de tumulto, porte ilegal de explosivos, associação criminosa, dano ao patrimônio público e desobediência.
Cenas de violência e depredação
Horas antes do “Clássico das Multidões”, vídeos dos confrontos entre as torcidas começaram a circular nas redes sociais, exibindo brigas generalizadas, correria e atos de vandalismo em vários pontos da cidade. Em algumas das imagens mais chocantes, dois homens foram brutalmente espancados por torcedores vestidos com camisas do Santa Cruz. Um deles, além das agressões físicas, sofreu violência sexual com um objeto.
Durante os ataques, diversos estabelecimentos comerciais foram saqueados na Torre. No bairro da Madalena e na Encruzilhada, comerciantes fecharam as portas temendo mais episódios de violência.
De acordo com um relatório da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva (DPRIE), obtido pelo portal g1, as forças de segurança de Pernambuco já tinham informações sobre possíveis confrontos entre torcidas organizadas antes dos episódios de violência.
Medidas e desdobramentos
Após os confrontos, o governo de Pernambuco anunciou a proibição da presença de torcedores organizados nos cinco jogos seguintes do Santa Cruz e do Sport. No entanto, a decisão foi revogada no dia 4 de fevereiro pelo desembargador Fernando Cerqueira Norberto dos Santos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Em substituição à medida, o magistrado determinou a implementação de um sistema de biometria e reconhecimento facial nos estádios até 1º de março. O descumprimento da determinação acarretará multa de R$ 100 mil por partida.
O caso segue sob investigação para identificar outros envolvidos nos atos de violência e garantir o cumprimento das sanções impostas aos denunciados.
