Advogada é investigada por repassar quase R$ 14 milhões a parentes de servidores do INSS
Operação Sem Desconto mira suposto esquema de corrupção envolvendo entidades de aposentados e repasses ilegais com fachada jurídica.
A Polícia Federal investiga a advogada Cecília Rodrigues Mota por envolvimento em um esquema milionário de repasses ilegais ligados a entidades suspeitas de aplicar descontos indevidos em aposentadorias. Segundo as investigações, o escritório de Cecília teria recebido quase R$ 14,1 milhões de associações investigadas e repassado parte dos valores a familiares de servidores do INSS.
A Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF, cumpriu mandados de busca e apreensão contra a advogada e seu escritório. Relatórios da investigação apontam “relações financeiras diretas entre entidades associativas e pessoas físicas e jurídicas ligadas” à profissional. Duas dessas entidades estão no centro da apuração: a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB).
“Conforme narrado na investigação, o escritório profissional da investigada recebeu valores de associações sob suspeita e os transferiu a empresas pertencentes a familiares de servidores do INSS”, afirma decisão judicial que autorizou as buscas.
De acordo com a PF, R$ 630 mil foram enviados a uma empresa de consultoria em nome da irmã de Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador do INSS, afastado do cargo por decisão judicial no âmbito da mesma operação.
Outro repasse identificado foi de R$ 520, feito pelo escritório de Cecília ao filho de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS exonerado após denúncias sobre os descontos irregulares. O pagamento foi feito à firma Eric Fidelis Sociedade Individual de Advocacia.
As investigações seguem em andamento, e os envolvidos poderão responder por crimes como peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
