Agência alemã aponta alta probabilidade de que Covid-19 vazou de laboratório na China

Vírus chinês diz inteligência alemã
Uma investigação conduzida pelo serviço de inteligência estrangeira da Alemanha (BND) concluiu que há uma probabilidade de 80% a 90% de que o coronavírus responsável pela Covid-19 tenha sido acidentalmente liberado do Instituto de Virologia de Wuhan, na China. A informação foi divulgada pelos jornais Die Zeit e Sueddeutscher Zeitung nesta quarta-feira (12).
Indícios de experimentos de risco e falhas de segurança
De acordo com a reportagem, o BND identificou que o instituto chinês realizou experimentos de ganho de função, uma técnica que modifica vírus para torná-los mais transmissíveis aos humanos, com objetivos de pesquisa científica. Além disso, a agência teria encontrado indícios de múltiplas violações de normas de segurança no laboratório, aumentando a possibilidade de um vazamento acidental.
A análise da agência alemã foi conduzida como parte da operação de inteligência codinome “Saaremaa”, além de informações públicas disponíveis. O relatório foi encomendado em 2020 pelo gabinete da então chanceler Angela Merkel, mas nunca chegou a ser publicado oficialmente.
Compartilhamento de informações com a CIA
Segundo as reportagens, a avaliação do BND foi compartilhada com a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) em 2024. Em janeiro deste ano, a CIA afirmou que considera mais provável que a origem da Covid-19 esteja ligada a um laboratório do que a uma transmissão natural, mas destacou que mantém “baixa confiança” na avaliação, já que ambos os cenários seguem plausíveis.
Reação da China
O governo chinês negou repetidamente as acusações e classificou as investigações ocidentais como uma tentativa de politizar o debate sobre a origem do vírus. O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou no mês passado que o Instituto de Virologia de Wuhan nunca realizou pesquisas de ganho de função sobre coronavírus e que não houve qualquer criação ou vazamento do vírus no local.
Até o momento, nem a BND nem o atual chanceler alemão, Olaf Scholz, comentaram oficialmente sobre a revelação da imprensa.