Audiência sobre estupros atribuídos a Rodrigo Carvalheira é adiada para setembro; vítima e testemunhas já foram ouvidas

Empresário responde por múltiplas denúncias de abuso sexual, incluindo estupros de vulneráveis. Ao menos dois casos ocorreram quando vítimas eram menores de idade.

A Justiça de Pernambuco retomará em setembro a audiência de instrução do empresário Rodrigo Carvalheira, acusado de estupro e estupro de vulnerável em ao menos três processos. A audiência desta segunda-feira (16), realizada na 1ª Vara dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital, no Recife, foi interrompida antes do interrogatório do réu.

Segundo o advogado da vítima, Eloy Moury, foram ouvidas quatro pessoas, incluindo a jovem que sofreu os abusos – dois estupros, sendo um deles quando ainda era menor de idade –, além da mãe dela e outras duas testemunhas. O depoimento de Carvalheira ficou agendado para a próxima fase da ação, em setembro deste ano.

O processo analisado hoje é um dos dois ainda em tramitação na Justiça, além de outras quatro denúncias registradas contra o empresário. Dois dos casos investigados pela Polícia Civil prescreveram, mas mesmo nesses, as autoridades concluíram pela ocorrência de estupro de vulnerável.

Durante a audiência, a mãe de uma das testemunhas — que também afirma ter sido vítima de Rodrigo em 2005, aos 16 anos — esteve no local e deu declarações emocionadas à imprensa:

“É importante que a Justiça entenda que ele tem um padrão de comportamento. Esse homem em liberdade representa um perigo”, afirmou.

Histórico do caso

Rodrigo Carvalheira é empresário do ramo imobiliário e foi preso pela primeira vez em abril de 2024, após uma série de denúncias. Na ocasião, ficou seis dias no Cotel (Centro de Triagem de Abreu e Lima), sendo liberado com tornozeleira eletrônica.

Em junho do mesmo ano, foi novamente preso a pedido do Ministério Público, acusado de tentar influenciar uma testemunha, ao entrar em contato com o tio de uma das supostas vítimas. Passou cinco meses detido até obter liberdade novamente em novembro de 2024.

Segundo a Polícia Civil, Rodrigo agia com padrão recorrente: aproximava-se das vítimas por meio de amizades e usava bebidas alcoólicas e substâncias que induziam a inconsciência. Com as vítimas vulneráveis, ele cometia os abusos. Em um dos casos, o crime aconteceu no dia do aniversário de 16 anos da vítima.

Apesar das alegações da defesa de que há motivação política por trás das denúncias, os relatos das mulheres demonstram consistência e padrão semelhante de conduta, o que reforça as acusações.

A Justiça segue colhendo provas e depoimentos. Caso condenado, Rodrigo poderá responder por múltiplos crimes de estupro, inclusive contra adolescentes, com penas que podem ultrapassar os 30 anos de reclusão.

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