Avião da American Airlines colide no ar com helicóptero militar nos EUA e mata 67 pessoas
Acidente ocorreu durante aproximação para pouso em Washington; não há sobreviventes
WASHINGTON – Um avião comercial da American Airlines colidiu no ar com um helicóptero militar nos arredores do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, na capital dos Estados Unidos, na madrugada desta quinta-feira (30). O impacto ocorreu durante a aproximação da aeronave para o pouso, resultando na morte de 67 pessoas.
O jato, um Bombardier CRJ700, havia partido de Wichita, Kansas, com 60 passageiros e quatro tripulantes a bordo. Já o helicóptero, um Sikorsky H-60, realizava um voo de treinamento e transportava três militares. Ambas as aeronaves caíram no Rio Potomac, onde equipes de resgate trabalham para recuperar os corpos.
Até o momento, 27 vítimas já foram retiradas das águas congelantes do rio. Autoridades confirmaram que não há sobreviventes.
Vítimas incluem atletas da patinação artística
Entre os passageiros estavam atletas, treinadores e familiares ligados à comunidade de patinação artística dos EUA, segundo informou a US Figure Skating, órgão regulador do esporte no país.
O governo da Rússia também confirmou que patinadores russos estavam no voo, incluindo os campeões mundiais Evgenia Shishkova e Vadim Naumov. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que o presidente Vladimir Putin não pretende discutir o incidente com Donald Trump.
“Acidente evitável”, diz secretário de Transportes
As investigações sobre as causas da colisão já começaram. O secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, afirmou que não houve falhas de comunicação entre as aeronaves e a torre de controle.
“Tudo seguia dentro do padrão. O tráfego de helicópteros militares no Potomac é rotineiro devido à proximidade com o Pentágono e outros órgãos do governo”, explicou Duffy. “O acidente era perfeitamente evitável.”
Gravações do tráfego aéreo revelam que, segundos antes do impacto, controladores perguntaram ao helicóptero se ele tinha o avião à vista e autorizaram a passagem por trás da aeronave comercial. O tripulante do helicóptero respondeu afirmativamente e solicitou “separação visual”, permitindo um voo mais próximo. Pouco depois, o choque ocorreu.
Buscas enfrentam desafios climáticos
As operações de resgate são dificultadas pelo frio intenso, com a água pouco acima de 0°C e placas de gelo flutuando no Potomac.
“As buscas são feitas manualmente, pois os destroços estão espalhados por uma área de aproximadamente 1,5 km”, explicou John Donelly, chefe do Corpo de Bombeiros de Washington.
A American Airlines e a MHI RJ Aviation Group, fabricante do Bombardier CRJ700, emitiram notas de pesar e afirmaram estar prestando apoio às famílias das vítimas.
Trump critica torre de controle e helicóptero militar
O ex-presidente Donald Trump comentou o acidente em sua rede social, o Truth Social, questionando a atuação dos controladores de tráfego aéreo e dos militares.
“O avião estava em uma linha de aproximação perfeita e rotineira por um longo período de tempo em uma noite clara”, escreveu Trump. “Por que o helicóptero não subiu, desceu ou virou? Por que a torre não deu ordens claras, em vez de perguntar se eles viam o avião?”
O ex-presidente concluiu sua mensagem lamentando o acidente: “Que noite terrível. Deus abençoe a todos vocês!”
Investigação e impactos no tráfego aéreo
O Departamento de Defesa dos EUA e o Exército abriram investigações para esclarecer as causas da colisão. O Secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que equipes especializadas foram mobilizadas para analisar os dados dos sistemas de controle de voo.
Todas as operações no Aeroporto Ronald Reagan foram suspensas até as 11h da manhã (13h no horário de Brasília). Voos foram redirecionados para o Aeroporto Internacional de Baltimore-Washington.
O presidente-executivo da American Airlines, Robert Isom, anunciou que viajará a Washington para acompanhar as investigações e prestar solidariedade às famílias.
