CIRO GOMES: Os Irmãos Batista estão de volta ao Governo Lula
O ex-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes (CE), acusou os empresários Joesley e Wesley Batista de retornarem ao centro das decisões políticas sob o governo de Lula (PT). Durante uma entrevista ao UOL na quarta-feira passada (10), Ciro fez declarações contundentes que compartilhou posteriormente em seu canal no YouTube. Ele destacou o envolvimento dos irmãos Batista no setor elétrico brasileiro através da empresa Âmbar Energia, sugerindo uma conexão direta entre a aquisição de ativos da Eletrobras e a emissão de uma medida provisória que transferiu custos significativos para os consumidores brasileiros.
No centro da polêmica está a compra, em junho, de 12 usinas térmicas na Amazônia pela Âmbar Energia, por R$ 4,7 bilhões. Segundo reportagem do jornal O Globo, a transação levantou questões devido às circunstâncias envolvendo a inadimplência da Amazonas Energia, principal cliente das usinas, que acumulava uma dívida de R$ 9 bilhões, aumentando em R$ 150 milhões por mês.
Veja no vídeo abaixo a fala de Ciro Gomes:
Apenas dois dias após a conclusão da compra, uma medida provisória assinada pelo governo Lula transferiu os custos mensais das usinas diretamente para as contas de luz dos consumidores brasileiros, eliminando assim o risco financeiro para a Âmbar.
Além disso, a MP estabeleceu um prazo de 60 dias para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encontrasse uma solução para a situação da Amazonas Energia. Sem essa intervenção, a concessão poderia ser devolvida à União, acarretando prejuízos anuais de até R$ 4,7 bilhões.
Os irmãos Batista também se beneficiaram de uma cláusula no contrato de compra das térmicas, que permite à Âmbar converter a dívida da Amazonas Energia em participação societária na Eletrobras, caso adquiram também a distribuidora. Isso colocaria a Âmbar em posição privilegiada para dominar o mercado de energia na Região Norte.
Este não foi o primeiro negócio vantajoso dos irmãos Batista com o governo. No ano passado, a Âmbar adquiriu a usina Candiota da Eletrobras, também considerada um ativo problemático. Pouco depois, um projeto de lei na Câmara prorrogou a autorização de funcionamento da usina e a incluiu no Programa de Transição Energética Justa, redistribuindo novamente os custos para os consumidores, sob a justificativa de preservar empregos na indústria de carvão.