Conta de luz vai subir 3% em Pernambuco a partir de hoje; Aneel autoriza reajuste da Neoenergia

🔌 Enquanto grandes indústrias terão alívio na tarifa, consumidores residenciais vão pagar mais pela energia. Reajuste já está em vigor.
A conta de luz dos pernambucanos ficará mais cara a partir desta segunda-feira (29). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, por maioria, o reajuste tarifário anual da Neoenergia Pernambuco. O impacto médio será de 0,61%, mas a alta será sentida de forma diferente entre os grupos de consumidores.
Para os clientes de baixa tensão — que incluem residências, áreas rurais e iluminação pública — a tarifa subirá 3%. Já para os consumidores de alta tensão, como grandes indústrias, haverá uma redução média de 7,10%.
📊 O que explica o reajuste?
De acordo com a Aneel, o aumento foi influenciado por:
- Alta nos custos com distribuição de energia;
- Encargos setoriais;
- Compra de energia elétrica pelas distribuidoras.
Por outro lado, houve queda nos custos com transporte e em componentes financeiros da concessionária.
⚠️ Furtos de energia entram na conta do consumidor
Um dos pontos mais polêmicos da revisão foi o repasse ao consumidor dos custos com perdas não técnicas — nome dado ao que se perde com gatos, ligações clandestinas, desvios de rede e medidores adulterados. A Aneel autoriza que parte dessas perdas seja inclusa na tarifa paga pela população, o que gerou críticas de entidades de defesa do consumidor.
A Neoenergia Pernambuco alegou que atua em áreas com alta incidência de fraudes e solicitou que a Energisa Acredeixasse de ser usada como empresa de referência (ou benchmark) para a definição das metas de perdas não técnicas. Segundo a concessionária, o cenário pernambucano é mais desafiador e não se compara ao da distribuidora acriana.
🗳️ Decisão dividida
O pedido resultou em uma votação apertada na diretoria da Aneel: três votos favoráveis ao reajuste e dois contrários. Os diretores Fernando Mosna e Ricardo Tili propuseram uma medida cautelar para desconsiderar a Energisa Acre como comparativo, além de determinar que a Superintendência de Gestão Tarifária da agência analise o mérito da reivindicação da Neoenergia em até 180 dias.
Eles também defenderam que, até a conclusão da análise, o percentual de referência para perdas não técnicas da Neoenergia em 2025 fique provisoriamente em 16,31% sobre o mercado de baixa tensão.