Correios afundam em prejuízo bilionário e finalistas de licitação milionária têm histórico de escândalos

Mesmo mergulhados em um rombo de R$ 3,2 bilhões, os Correios se preparam para fechar uma licitação milionária: R$ 380 milhões anuais em publicidade. No entanto, a lista de finalistas do certame levanta questionamentos, já que três das quatro agências escolhidas possuem ligações com escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores (PT).

A estatal, que enfrenta a pior crise financeira de sua história, divulgou em 13 de março as quatro finalistas da disputa. O processo agora está na fase de análise de recursos e pode se estender além da primeira semana de abril.

As finalistas da licitação

Pela ordem de colocação no certame, as quatro agências são:

  1. Cálix Comunicação e Publicidade Ltda
  2. Filadélfia S.A
  3. Puxe Comunicação Ltda
  4. Jotacom Comunicação e Publicidade Ltda

Dessas, Cálix, Filadélfia e Puxe já tiveram, em algum momento, seus nomes associados a figuras e investigações relacionadas ao PT.

Os elos com escândalos do passado

Cálix Comunicação

Líder na disputa, a agência de Brasília pertence a Marcello Oliveira Lopes, ex-policial e ex-assessor do ex-governador petista Agnelo Queiroz (DF). Lopes foi citado em uma investigação da Polícia Federal em 2012 por suposta participação na interceptação ilegal de e-mails de adversários políticos.

Atualmente, a agência mantém contratos com o Ministério do Desenvolvimento Regional (R$ 55 milhões), Banco de Brasília (R$ 46 milhões) e Ministério dos Transportes (R$ 15 milhões).

Em resposta, Lopes negou envolvimento em irregularidades, classificando a investigação como “falha” e alegando que jamais foi processado.

Filadélfia Comunicação

A segunda colocada pertence a Érica Fantini Santos, enteada de José Roberto Moreira de Melo, ex-sócio de Marcos Valério – operador do esquema do Mensalão, um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil.

A agência mantém contrato de R$ 13,97 milhões com o Ministério das Comunicações desde novembro de 2024. Em nota, a empresa negou qualquer ligação com Moreira de Melo ou com o Mensalão.

Puxe Comunicação

A terceira finalista tem como proprietário Francisco Simas, filho de Cláudio Diniz Simas, condenado em 1999 por improbidade administrativa ao lado do ex-prefeito petista de Santos (SP), David Capistrano.

Simas afirma que seu pai não tem participação na agência e que os problemas enfrentados por ele ocorreram há mais de 30 anos.

Correios na berlinda: crise e contratos suspeitos

Desde 2022, os Correios não possuem contratos ativos de publicidade, uma decisão tomada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, os gastos com patrocínio cresceram significativamente desde que Lula reassumiu a Presidência.

A estatal acumula prejuízos alarmantes e enfrenta investigações, pedidos de CPI e denúncias de má gestão. Ainda assim, pretende injetar quase R$ 400 milhões em publicidade, mesmo com agências ligadas a antigos escândalos no páreo.

A licitação segue em andamento, mas a polêmica em torno das finalistas e a crise financeira dos Correios devem manter o tema sob os holofotes.

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