Empresa de MG recebeu milhões da Prefeitura do Recife e repassou obra a firma de aliado do PSB
Empresa de fachada? Prefeitura do Recife paga R$ 119 milhões a construtora sem sede na cidade

Uma construtora localizada a mais de 2 mil quilômetros do Recife, sem sede nem funcionários na capital pernambucana, é pivô de uma investigação que atinge diretamente a gestão do prefeito João Campos (PSB). O Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) apuram suspeitas de irregularidades em contratos milionários com a mineira Sinarco, que presta serviços de manutenção em escolas e unidades de saúde do Recife.
Entre as suspeitas estão: contratações sem licitação própria, execução dos serviços por empresas diferentes das contratadas, pagamentos duplicados e reajustes sem critérios claros.
A Sinarco é sediada em João Pinheiro (MG) e foi punida pelo Tribunal de Justiça mineiro por atraso na entrega de obras. Mesmo assim, desde 2022, firmou R$ 119 milhões em contratos com a prefeitura recifense. Parte dos serviços é executada por meio de uma parceria informal (SCP) com a Alca Engenharia — empresa local do empresário Carlos Góes Muniz, conhecido por festas de luxo e blocos de Carnaval com o próprio nome.
Além da Alca, a empresa Max Construções, também de Góes Muniz, aparece envolvida em contratos que somam R$ 33,9 milhões (Alca) e R$ 32,8 milhões (Max). Juntas, as três empresas são defendidas judicialmente pelo escritório do advogado João Guilherme Ferraz, ex-secretário do governo Geraldo Júlio (PSB) e aliado de Campos.
As investigações indicam que boletins de medição — usados para liberar pagamentos — foram assinados por engenheiros de outras empresas, o que pode configurar fraude contratual. Há também suspeita de que a Sinarco tenha recebido por reformas em prédios que ainda estavam em construção por outras empresas.
Os contratos foram firmados por adesão a atas de registro de preços de consórcios municipais de Minas Gerais, prática legal, mas que exige justificativa técnica. Segundo o Ministério Público de Contas, a prefeitura não apresentou motivo convincente para não ter feito sua própria licitação.
Em nota, a Prefeitura do Recife afirmou que todos os contratos seguiram “os princípios da legalidade, eficiência e economia”. A Sinarco e a Alca também negam irregularidades e dizem que a parceria está prevista na legislação.
O inquérito do MPF corre sob sigilo e apura possível improbidade administrativa. Já o TCE segue com auditorias abertas, sem prazo para conclusão.
🟥 ESCÂNDALO NO RECIFE: CONTRATOS MILIONÁRIOS NA MIRA DO MP E DO TCE
🔎 João Campos na berlinda: contratos de até R$ 119 milhões com empresa de Minas Gerais viram alvo de investigação. A firma não tem sede, nem equipe no Recife.
🚨 SUSPEITAS GRAVES:
- Contratos firmados sem licitação própria
- Serviços executados por empresas diferentes das contratadas
- Boletins de medição assinados por terceiros
- Possível duplicidade de pagamentos
🏗️ Empresa investigada já foi punida na Justiça mineira por atrasos e má conduta em obras públicas. Ainda assim, firmou contratos robustos com as Secretarias de Educação e Saúde do Recife.
📊 Alvos da apuração:
- Sinarco Engenharia, de João Pinheiro (MG)
- Alca e Max Construções, ligadas a empresário pernambucano conhecido por festas de luxo
- Escritório de advocacia pertencente a ex-secretário do PSB representa as empresas nos tribunais
🧾 Auditorias do TCE-PE revelam possíveis irregularidades estruturais nos contratos, incluindo repasses a obras que sequer foram concluídas.
⚖️ MPF apura improbidade administrativa com uso de verbas federais. Investigação corre sob sigilo.
🏛️ O prefeito João Campos (PSB), apontado como presidenciável e líder da centro-esquerda, vê a sua gestão mergulhar em mais uma crise.
🎙️ RESPOSTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS:
“HÁ FORTES INDÍCIOS DE ATUAÇÃO COORDENADA DE EMPRESAS OPERADAS POR UM MESMO INDIVÍDUO OU GRUPO, COMPROMETENDO A COMPETITIVIDADE EM CONTRATAÇÕES DE SERVIÇOS DE ENGENHARIA PELO MUNICÍPIO DO RECIFE.”
“OS BOLETINS DE MEDIÇÃO NÃO ESTÃO EM CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO.”
“A PREFEITURA NÃO DEMONSTROU DE FORMA INEQUÍVOCA A EXCEPCIONALIDADE QUE JUSTIFICASSE A ADESÃO ÀS ATAS DE OUTROS ESTADOS.”
🏛️ RESPOSTA DA PREFEITURA DO RECIFE:
“AS CONTRATAÇÕES COM A CONSTRUTORA SINARCO SEGUIRAM RIGOROSAMENTE A LEGISLAÇÃO, COM FOCO NA LEGALIDADE, EFICIÊNCIA E ECONOMIA.”
“A ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE PREÇOS FOI REALIZADA DENTRO DAS NORMAS LEGAIS.”
SOBRE A CRECHE MUSTARDINHA: “A OBRA NOVA FOI FEITA PELA TOPEC; A SINARCO ATUA NA REFORMA DE IMÓVEL EXISTENTE AO LADO.”
SOBRE A CRECHE DO MONTEIRO: “A KONEX FOI RESPONSÁVEL PELA CONSTRUÇÃO; A SINARCO EXECUTOU OBRA EM TERRENO ANEXO, INCLUINDO UM MURO.”
🏗️ RESPOSTA DA CONSTRUTORA SINARCO:
“A LEGISLAÇÃO PERMITE A SUBCONTRATAÇÃO, DESDE QUE PREVISTA NO EDITAL E DENTRO DOS LIMITES.”
“A PARCERIA COM A ALCA FOI FIRMADA EM CONFORMIDADE COM OS DISPOSITIVOS LEGAIS APLICÁVEIS.”
🧑⚖️ RESPOSTA DA ALCA ENGENHARIA:
“A EMPRESA JÁ ESTAVA ESTABELECIDA NA REGIÃO E POSSUI EXPERTISE EM SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO. NÃO HÁ IRREGULARIDADE OU BURLA.”
📎 SOBRE A ATUAÇÃO DO ADVOGADO JOÃO GUILHERME FERRAZ:
INICIALMENTE NEGOU REPRESENTAR A SINARCO, MAS DOCUMENTOS COMPROVAM PROCURAÇÕES PARA ATUAR EM CONJUNTO COM A ALCA.
DEPOIS, RETIFICOU: “A DEFESA DA SINARCO FOI ELABORADA EM CONJUNTO, DENTRO DE CONTRATO EXISTENTE COM A ALCA, NA ÁREA TRABALHISTA.”